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IPCA provavelmente mostrará deflação em junho, preveem economistas

Pesquisa Reuters aponta para deflação em junho a ser confirmada pelo IBGE, fazendo aumentar apostas para corte da Selic.

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O Brasil provavelmente registrou leve deflação em junho em termos mensais devido a custos mais baixos de combustíveis e alimentos, reforçando os argumentos a favor de um potencial ciclo de afrouxamento monetário já no próximo mês, mostrou uma pesquisa da Reuters.

A provável deflação, a ser confirmada pelo IBGE na terça-feira, seria a primeira desde setembro, último mês de um breve período de queda de preços ao consumidor.

Um arrefecimento da inflação chamaria a atenção como uma pista para tendências futuras em outras grandes economias, possivelmente permitindo ao Banco Central começar a desfazer sua postura agressiva de política monetária.

O IPCA provavelmente caiu 0,10% em junho sobre maio, de acordo com a estimativa mediana de 13 economistas entrevistados de 5 a 7 de julho. Em 12 meses, a inflação deve ter desacelerado ainda mais, para 3,20%, menor patamar desde setembro de 2020.

“O que está pressionando para baixo o número principal é uma queda nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, além de um arrefecimento contínuo dos custos de alimentos no atacado devido à safra recorde no primeiro trimestre”

analistas da 4intelligence

Os motoristas estão vendo alívio nos postos de gasolina após uma série de cortes no preço da gasolina pela Petrobras.

Bomba de combustível em Brasília 7/03/2022 REUTERS/Adriano Machado

Enquanto isso, os preços dos alimentos permanecem sob pressão de baixa, já que o Brasil experimenta um “boom” agrícola que agora está se tornando uma ameaça para o domínio das exportações de milho dos EUA e inundando a Argentina com soja, à medida que a safra do país vizinho diminui.

Olhando para o futuro, a perspectiva de inflação na maior economia da América Latina continua melhorando lentamente, com o consenso do mercado apontando para uma leitura de 4,98% ao final de 2023, de acordo com o boletim semanal Focus, do BC.

Mas isso ainda ficaria acima da meta oficial de 3,25% — com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo –, no que se tornaria o terceiro ano consecutivo em que o objetivo é desrespeitado. Na semana passada, o governo fixou a meta em 3% para 2026, em linha com as metas para 2024 e 2025.

A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) de almejar uma taxa de inflação relativamente baixa no longo prazo, aliada a uma surpreendente valorização do real neste ano, pode reforçar a moderação dos preços ao consumidor e aproximar sua variação da meta.

O principal risco é a evolução do déficit primário sob os planos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de expandir os gastos sociais, principalmente depois que a Câmara dos Deputados adiou para agosto a votação do arcabouço fiscal –visto como um compromisso fundamental para manter as despesas sob controle.

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