Economia
Líderes de finanças do G20 alertam para desafio global dos conflitos regionais
SÃO PAULO (Reuters) – Os líderes de finanças do G20 devem dizer que a economia global continua enfrentando vários desafios, incluindo “conflitos em muitas regiões” e tensões geoeconômicas, de acordo com uma versão preliminar do comunicado vista pela Reuters.
A versão preliminar do comunicado também afirma que a probabilidade de um pouso suave na economia global tem aumentado, mas a incerteza continua alta.
“Os riscos para as perspectivas econômicas globais estão mais equilibrados”, com uma desinflação mais rápida do que o esperado e uma consolidação fiscal mais favorável sustentando o crescimento, afirma o documento.
“Entre os riscos negativos para a economia global estão (guerras e) a escalada de conflitos, a fragmentação geoeconômica, o aumento do protecionismo e as perturbações nas rotas comerciais”, mostra o esboço.
O fato de as palavras “guerras e” estarem entre parênteses sugere que ainda não houve consenso dentro do grupo sobre a inclusão da linguagem na versão final.
Com os países profundamente divididos sobre a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, as autoridades financeiras do G20 devem deixar de lado a geopolítica e se concentrar nas questões econômicas globais, quando se reunirem em São Paulo nesta semana.
O Brasil é o atual presidente do G20.
A coordenadora brasileira da trilha de finanças do G20, Tatiana Rosito, disse nesta terça-feira que o grupo está a caminho de um “comunicado curto que reflita as prioridades brasileiras”.
Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, também disse em um briefing que não havia nenhuma proposta concreta sobre a mesa para a negociação de dívidas, acrescentando que a ideia é criar um novo “momento” para avançar na questão, incluindo também a discussão de mecanismos preventivos.
As autoridades financeiras e os chefes de bancos centrais do G20 estão se reunindo para analisar os desenvolvimentos econômicos globais em um momento de desaceleração do crescimento, tensões crescentes por dívidas recordes e preocupações de que a inflação possa ainda não estar controlada.
No esboço do comunicado, os líderes financeiros do G20 apresentaram uma visão otimista sobre as perspectivas para os preços. A inflação diminuiu na maioria das economias, disseram, graças em parte a políticas monetárias “apropriadas”, à redução dos gargalos na cadeia de suprimento e à moderação dos preços das commodities.
A prioridade para os bancos centrais ainda é garantir que a inflação convirja para a meta “em linha com os seus respectivos mandatos”, afirma o documento.
O esboço também afirma que o G20 reafirma seu compromisso com a taxa de câmbio, que alerta contra a volatilidade excessiva e os movimentos cambiais voláteis como indesejáveis para o crescimento econômico.
(Por equipe de reportagem para o G20)
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