Economia
Lucro da Petrobras recua 14,4% no 1º tri, para R$ 38,2 bi
Segundo a empresa, o resultado é explicado principalmente pela desvalorização do petróleo Brent e menor resultado financeiro.
A Petrobras (PETR4 PETR3) informou na noite desta quinta-feira (11) que o lucro líquido atribuído aos sócios da companhia caiu 14,4% no primeiro trimestre deste ano, no comparativo com o mesmo intervalo do ano passado, para R$ 38,2 bilhões.
Segundo a empresa, o resultado é explicado principalmente pela desvalorização do petróleo Brent e menor resultado financeiro, parcialmente compensados por menores despesas operacionais.
Além disso, houve maior despesa com imposto de renda ( R$ 2,9 bilhões), principalmente em função da ausência de créditos tributários ocorridos no quarto trimestre de 2022, quando a empresa distribuiu dividendos do exercício de 2022 na forma de juros sobre capital próprio.
A receita de vendas da Petrobras recuou 1,8%, para R$ 139 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre, a queda chegou a 12%. Segundo a companhia, o desempenho ocorreu em grande parte devido à desvalorização de 8% do Brent durante o período.
Outro motivo apontado foi a redução da receita com derivados no mercado interno em 15%, também influenciada pelo menor volume de vendas no trimestre, em razão da menor demanda por diesel e gasolina. Também houve queda nas receitas de GLP, afetadas não apenas por fatores sazonais, mas também pela maior concorrência.
No primeiro trimestre, apontou a companhia, o diesel e gasolina se mantiveram e como os principais produtos, responsáveis por 74% da receita gerada com a venda de derivados da estatal.
As despesas operacionais, informou a Petrobras, caíram 27% ante o mesmo período do ano passado, refletindo principalmente menores despesas com impairment (R$ 4,7 bilhões), despesas exploratórias (-R$ 2,6 bilhão), contingências judiciais (-R$ 1,5 bilhão) e maior
ganho com alienação e baixa de ativos (+R$ 2,5 bilhões) com a venda de Albacora Leste.
Carta do presidente
Em carta aos acionistas, o presidente Jean Paul Prates afirmou que os resultados financeiros refletem “o excelente desempenho operacional da companhia”. O executivo mencionou ainda que o pré-sal continua a ser o centro das receitas e da geração de caixa, respondendo hoje por 77% da produção total.
“Em fevereiro, o pré-sal bateu novo recorde mensal de produção, com 2,13 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia – fruto da alta produtividade dos poços e beneficiados pela aplicação das mais modernas tecnologias que combinam alta eficiência e baixa intensidade de carbono. Estamos produzindo cada vez mais, com uma produção cada vez mais
eficiente e com menos emissões”, avaliou Prates.
Lucro maior da história
De acordo com dados do TradeMap, o lucro reportado pela petroleira representa o segundo maior lucro da história entre empresas de capital aberto para esse período. Dos 15 maiores lucros nominais registrados pelas empresas de capital aberto para o primeiro trimestre, seis foram obtidos pela Petrobras, cinco pela Vale e Bradesco, e Suzano, Itaú Unibanco e Oi, com um cada. Além disso, os lucros da Vale e do Itaú Unibanco em 2023 também estão entre os 15 maiores, ocupando a nona e décima primeiras posições, respectivamente.
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