Mercado torce por trégua entre EUA e China, mas vê acordo distante

Mesmo com a escalada das tarifas, investidores enxergam na reunião um gesto para evitar o colapso total das relações comerciais

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As expectativas são modestas, mas o encontro entre representantes dos EUA e da China neste fim de semana, na Suíça, pode ser o primeiro passo para conter a escalada da guerra comercial que já impacta os mercados globais.

Analistas e gestores veem a rodada como um teste de clima — e não como um momento de virada. A primeira reunião formal entre os dois países desde a imposição das novas tarifas americanas, de até 145% sobre produtos chineses, deixou investidores atentos, mas céticos.

“Esta é a mãe de todas as negociações”, afirmou Alejo Czerwonko, diretor de investimentos do UBS para Américas Emergentes. “Há centenas de bilhões de dólares em jogo e questões que vão muito além do comércio.”

Apesar de declarações recentes do presidente Donald Trump sugerindo algum alívio tarifário, poucos apostam em avanços concretos no curto prazo. A estimativa é que as conversas se estendam e avancem a passos lentos.

Para Liqian Ren, diretora da Modern Alpha na gestora WisdomTree, os dois lados ainda estão testando limites. “Cada um quer ver como o outro reage aos ventos contrários. Neste momento, o mercado talvez esteja otimista demais sobre a rapidez ou profundidade de um possível acordo.”

Na contramão de um pacto imediato, o que os investidores mais esperam é que o encontro não azede — e que os canais de negociação permaneçam abertos.

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