Economia
Mercados mantêm toada positiva e Ibovespa marca 8º pregão seguido de alta
Dólar fecha o dia em leve queda, valendo R$ 5,41
O Ibovespa fechou com uma alta modesta nesta quarta-feira, mas confirmando o oitavo pregão seguido no azul. Já o dólar comercial teve leve recuo e fechou valendo R$ 5,41.
Os mercados reagiram positivamente ao IPCA de junho, abaixo do esperado. E também ao tom mais favorável visto no mercado americano, em resposta à mensagem do presidente do Fed, Jerome Powell, de que há espaço para um corte de juros à frente.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,09%, a 127.218,24 pontos, após chegar a 127.769,25 pontos na máxima da sessão. Na mínima, marcou 126.928,28 pontos. É a maior série de altas desde maio de 2023, quando também subiu em oito sessões consecutivas.
O volume financeiro, contudo, permanece fraco: somou apenas R$ 20,17 bilhões, contra uma média diária no ano de R$ 23,5 bilhões.
“Era para o Ibovespa estar voando hoje, porque tudo está conspirando a favor, com exceção do preço do minério de ferro”, afirmou o chefe da EQI Research, Luís Moran, destacando o desempenho positivo das bolsas em Nova York, o alívio nos Treasuries, bem como a inflação abaixo do previsto no Brasil.
Para ele, o movimento mais contido na bolsa paulista refletiu realização de lucros. “Subiu muito rápido e muito forte. É uma realização, claramente. Mas tem papel que, mesmo tendo avançado bastante nesses últimos dias, ainda tem muito espaço pra subir”, ressaltou.
Desde que atingiu a mínima do ano em 17 de junho, de 118.685,10 pontos no intradia, o Ibovespa recuou em apenas dois dos 17 pregões seguintes, acumulando até a máxima desta quarta-feira uma valorização de 7,65%.
De acordo com o sócio e chefe da área de análise da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, o IPCA abaixo do esperado foi uma notícia positiva nesta sessão, mas o Ibovespa permanece negativo no ano e tende a continuar à mercê da volatilidade ditada pelo exterior e por ruídos políticos no Brasil.
“Há uma falsa sensação de que o mercado está subindo muito”, afirmou, destacando que no final do ano passado o Ibovespa estava em 134 mil pontos. “Não estamos em um cenário de retomada econômica… ou de arrefecimento de juros, dólar ou mesmo ruídos políticos”, acrescentou.
Apesar da série de ganhos, o Ibovespa ainda acumula um declínio de 5,19% no ano.
Nesta quarta-feira, o IBGE divulgou uma alta de 0,21% no IPCA em junho, desacelerando frente ao avanço de 0,46% em maio e ficando abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, que apontavam alta de 0,32%. Em 12 meses, a taxa acelerou, ficando acima de 4%, mas o aumento foi menor que o esperado.
Os números endossaram a continuidade da queda das taxas dos contratos de DI, principalmente nos vencimentos mais longos, beneficiando ações de empresas sensíveis a juros, embora algumas tenham reduzido ou revertido ganhos durante a sessão.
No final do dia, a curva de DI precificava 90% de chance de manutenção da Selic em 10,50% no fim deste mês e possibilidade de 10% de alta de 25 pontos-base. No início da semana passada, as apostas majoritárias eram de elevação da Selic — algo que o próprio Banco Central tem indicado que não está em seu cenário-base.
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