Economia
Moody’s eleva perspectiva do Brasil para positiva e mantém classificação de risco
Agência destaca como positivas as reformas estruturas e proteções institucionais, mas vê risco na execução do orçamento
A Moody’s reafirmou nesta quarta-feira (1) a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”, conforme comunicado da agência de rating.
No comunicado, a agência avaliou que as perspectivas de crescimento real (descontada a inflação) do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandemia, “apoiadas pela implementação de reformas estruturais em múltiplas administrações, bem como pela presença de barreiras de proteção institucionais que reduzem a incerteza em torno da direção política futura”.
Conforme a Moody’s, a alteração da perspectiva para “positiva” é sustentada pela avaliação de que “um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil”.
“A Moody’s espera que o crescimento real do PIB fique em média em torno de 2% em 2024-25 e no médio prazo, bem acima da taxa média anual pré-pandemia de -0,5% observada em 2015-19”, afirmou a agência.
No entanto, a agência pontuou que existem riscos para a execução, por parte do governo, da consolidação do orçamento.
Ao tratar da manutenção do rating Ba2, a Moody’s citou a dívida ainda elevada do Brasil. “A classificação Ba2 reflete uma solidez fiscal ainda relativamente fraca, dada a rigidez dos gastos do Brasil, o elevado peso da dívida e a fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros”, afirmou a agência.
“A Moody’s espera que o peso da dívida provavelmente aumente ligeiramente em 2024-25, antes de se estabilizar dentro de alguns anos”, acrescentou.
Uma das principais agências globais de rating de crédito, a Moody’s mantém a classificação Ba2 para o Brasil desde fevereiro de 2016, o que coloca o país no grupo de “grau especulativo”.
Reação do governo
Em nota, o Ministério da Fazenda comemorou a mudança de perspectiva para o rating do país.
“Essa decisão é a primeira movimentação da Moody’s desde 2018, quando houve a mudança de perspectiva de negativa para estável, e reforça a melhoria na trajetória da nota de crédito verificada desde 2023, com a elevação do rating tanto pela S&P quanto pela Fitch”, afirmou o ministério, citando as duas outras agências globais de classificação de risco.
Veja também
- Fitch descarta elevar classificação de crédito do Brasil no curto prazo
- Fitch revisa perspectiva do rating da C&A de negativa para estável
- Após nota da S&P, Brasil tem longo caminho até retomar ‘selo de bom pagador’
- S&P corta ratings de vários bancos dos EUA
- Após melhora de nota, Brasil vai recuperar o grau de investimento?