Economia

País tem 1,2 milhão de novos desempregados em 3 meses

População fora da força de trabalho atinge o recorde de 67,3 milhões de pessoas, com os primeiros sinais da crise causada pela pandemia.

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Os primeiros sinais da crise provocada pelo novo coronavírus (Covid-19) já aparecem no mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,2% no 1º trimestre, somando 12,9 milhões de pessoas, como apontam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (30).

Com isso, o desemprego no país cresceu 1,3 ponto percentual em relação ao último trimestre de 2019, quando a taxa de desemprego foi de 11%. Significa dizer que á fila de pessoas em busca de emprego aumentou em 1,2 milhão no período. Segundo o IBGE, os números já eram esperados.

Em nota à imprensa, a analista do IBGE, Adriana Beringuy, observou que é importante considerar a sazonalidade. “O primeiro trimestre de um ano não costuma sustentar as contratações feitas no último trimestre do ano anterior. Essa alta na taxa, porém, não foi a das mais elevadas”. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, quando o desemprego estava em 12,7%, a taxa caiu 0,5 ponto percentual.

Na PNAD Contínua, o IBGE considera como comparáveis dois trimestres com intervalo de três meses entre eles. Ou seja, o trimestre terminado em março é confrontado com o trimestre que se encerrou em dezembro.

Informalidade cai no 1° trimestre

Interrompendo o que vinha acontecendo nos últimos trimestres, o percentual de trabalhadores informais caiu no primeiro trimestre. A taxa de informalidade atingiu 39,9% da população ocupada, somando 36,8 milhões de pessoas, entre os meses de janeiro e março. No último trimestre do ano passado, essa taxa era de 41%.

“Das 2,3 milhões de pessoas que deixaram o contingente de ocupados, 1,9 milhão é de trabalhadores informais”, disse por nota Adriana, do IBGE.

população fora da força de trabalho (pessoas que não buscam emprego, mas também não desistiram de procurar) cresceu para o recorde de 67,3 milhões de pessoas. É o maior contingente desde o início da pesquisa do IBGE, no primeiro trimestre de 2012. Foi um aumento de 1,8 milhão de pessoas nesta condição, ou 2,8%.

Já a população desalentada (aqueles que desistiram de procurar trabalho) ficou estável no primeiro trimestre de 2020, totalizando 4,8 milhões de pessoas. Por outro lado, a população ocupada caiu 2,5% entre janeiro e março, para 92,2 milhões. Isso representa 2,3 milhões de pessoas a menos no mercado de trabalho, a maior queda da história, segundo o IBGE.

Por sua vez, a população subutilizada (pessoas que têm emprego, mas gostariam de trabalhar mais) atingiu 27,6 milhões de pessoas. Isso representa um aumento de 5,6%, ou 1,5 milhão de pessoas a mais, na comparação com o último trimestre de 2019. A taxa de subutilização da força de trabalho subiu para 24,4%, ante 23% nesta base de comparação.

Indivíduos com e sem carteira assinada

O número de trabalhadores com carteira de trabalho, excluindo os domésticos, era de 33,1 milhões, uma queda de 1,7%, o que representa 572 mil pessoas a menos, em relação ao trimestre terminado em dezembro de 2019.

O total de trabalhadores sem carteira assinada caiu 7% no primeiro trimestre, o que representa 832 mil pessoas a menos na comparação com o trimestre terminado em dezembro. Com isso, este grupo atingiu 11 milhões de indivíduos em relação ao trimestre móvel anterior e permaneceu estável comparado ao mesmo trimestre de 2019.

Por sua vez, o número de trabalhadores por conta própria alcançou 24,2 milhões de pessoas, com queda de 1,6%, ou 398 mil pessoas a menos, em relação ao trimestre móvel anterior.

Renda do trabalhador

Segundo o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores ficou estável, em R$ 2.398, no trimestre móvel terminado em março. Já a massa de rendimento real habitual, que soma R$ 216,3 bilhões, caiu 1,3% ou menos R$ 2,9 bilhões frente ao trimestre anterior.

*Em atualização

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