Economia
Petrobras freia pressão negativa e Ibovespa tem ligeira queda; dólar sobe com dados de inflação dos EUA
Dados reforçaram dúvidas sobre os próximos passos do banco central norte-americano
O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, fechou em ligeira queda de 0,08% nesta quinta-feira (25), aos 124.645,58 pontos, impactado pela baixa de mais de 2% nos papéis da Vale, na esteira de resultado trimestral abaixo das previsões do mercado.
O contrapeso foi o avanço de mais de 2% da Petrobras, após acionistas aprovarem distribuição de dividendos extraordinários.
O mercado também foi influenciado por dados econômicos nos Estados Unidos que reforçaram dúvidas sobre os próximos passos do banco central norte-americano.
Na máxima do dia, o Ibovespa chegou a 124.731,65 pontos. Na mínima, a 123.702,89 pontos. O volume financeiro no pregão somou R$ 21,27 bilhões.
Estados Unidos
Dados divulgados nos EUA mostraram que a maior economia do mundo desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, com o PIB registrando uma expansão anualizada de 1,6%, mas uma aceleração da inflação manteve a perspectiva de que o Federal Reserve não cortará a taxa de juros antes de setembro.
O núcleo do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), que exclui alimentos e energia, mostrou uma alta de 3,7%, após avanço de 2,0% no quarto trimestre. O PCE é a medida preferida do Federal Reserve para analisar o comportamento da inflação norte-americana.
Diante do prognóstico para os juros nos EUA, estrangeiros seguem vendendo mais do que comprando ações na B3. Em abril, até o dia 23, o saldo está negativo em R$ 9,8 bilhões, segundo dados da B3, excluindo valores relacionados a ofertas de ações. No ano, o déficit chega a R$ 32,7 bilhões.
Dólar
Apesar de ter perdido força durante a tarde, o dólar à vista fechou em alta de 0,31% ante o real, a R$ 5,1651, impulsionado pelos dados piores que o esperado da inflação dos EUA, que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve deve promover menos cortes de juros este ano. Em abril, a divisa dos EUA acumula elevação de 2,98%.
A forte influência do exterior sobre os ativos no Brasil deixou em segundo plano o noticiário interno. O ministério da Fazenda deu detalhes sobre a proposta de regulamentação da reforma tributária, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a definição do relator da matéria deve ocorrer ainda esta semana.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.
À tarde o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 165 milhões em abril até o dia 19, com saídas líquidas de US$ 8,400 bilhões pelo canal financeiro e entradas de 8,564 bilhões de dólares pela via comercial.
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