Economia
Petrobras quer dividir gestão na Braskem, não tem intenção de exercer preferência, diz CEO
Por Rodrigo Viga Gaier e Fabio Teixeira
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Petrobras tem a expectativa de ter um novo sócio na Braskem com quem divida a gestão da petroquímica, que hoje tem como principal acionista a Novonor, ex-Odebrecht, afirmou nesta terça-feira a jornalistas o presidente da petroleira, Jean Paul Prates.
O executivo ponderou, no entanto, que por enquanto apenas acompanha discussões que envolvem a possível venda de fatia na Braskem pela parceira.
Atualmente, a Petrobras tem 36,1% do capital total da Braskem e 47% do capital votante da empresa, enquanto a Novonor detém participação de 50,1% no capital votante da Braskem e de 38,3% no capital total.
No início de novembro, o grupo petrolífero de Abu Dhabi Adnoc fez uma oferta não vinculante, no valor de 10,5 bilhões de reais, pela participação da Novonor.
“Não somos nem vendedores nem compradores dessa outra parte da Braskem, estamos parados, observando o processo, tentando em algumas conversas paralelamente, sem influenciar o processo, conhecer os potenciais parceiros que poderão ser nossos sócios, em igualdade de condições e um novo arranjo societário”, disse Prates.
O executivo ponderou que a Petrobras poderá ser elemento decisivo no final das negociações, exercendo ou não direito de preferência, mas que a intenção não é essa.
“A intenção claramente não é exercer direito de preferência, é realmente ter um sócio que a gente possa trabalhar junto”, disse Prates.
“É natural que numa nova estrutura, com congênere, de mesmo tamanho que a gente, tenha co-gestão, de igual para igual”, detalhou, durante um evento para apresentar uma tecnologia que visa descarbonizar atividades de produção de petróleo.
PREÇOS DE COMBUSTÍVEIS
Durante o evento, Prates disse ainda a jornalistas que não há razão, por enquanto, para ajustar preços de gasolina e diesel.
A atual gestão da Petrobras tem operado com uma estratégia comercial que busca seguir indicadores de preços internacionais para os combustíveis, mas evitando repassar volatilidades externas aos clientes.
“Passamos o ano passado inteiro sem dar prejuízo… tem sido super bem gerido e temos tido sucesso com isso”, afirmou.
O executivo também voltou a defender a retomada da gestão da refinaria Rlam, na Bahia. Na semana passada, o executivo havia informado a expectativa de acertar detalhes de um acordo com o Mubadala para retomar o controle da operação da unidade de propriedade do fundo soberano de Abu Dhabi até o final do primeiro semestre.
(Texto de Marta Nogueira)
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