Economia
Política monetária e fiscal têm que trabalhar em harmonia, diz Haddad
Ministro acrescentou que o governo e o BC estão ‘construindo essa relação’.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse neste sexta-feira (19) que a política monetária e fiscal devem trabalhar em harmonia para garantir o desenvolvimento e a justiça social do país.
Ele acrescentou que o governo e o Banco Central (BC) estão “construindo essa relação” e que devem, juntos, remar na mesma direção. “Não podemos trabalhar em desarmonias… independente da posição ideológica”, comentou.
A declaração foi feita durante o “Seminário de alto nível sobre bancos centrais: desafios passados e presentes”, realizado pelo BC.
Quanto ao atual cenário econômico, Haddad disse que as expectativas para as taxas de inflação vêm caindo, enquanto as de crescimento vêm se elevando. “Nós temos tudo para sair à frente no próximo ciclo”, pontuou.
Ele também voltou a afirmar que a reforma tributária pode ser votada ainda neste primeiro semestre e o lançamento do plano de desenvolvimento deve ocorrer no segundo semestre, “atraindo investimentos estrangeiros para o Brasil”. Haddad afirmou que o país tem todas as condições de, em poucos meses, criar fortes possibilidades de desenvolvimento.
Contradições entre o governo e o BC
Desde o início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem insistindo que a Selic, taxa básica de juros, está em um nível muito elevado e que tem prejudicado o crescimento e desenvolvimento do país. O BC mantêm os juros em 13,75% ao ano há 6 reuniões seguidas.
Haddad também tem direcionado críticas ao patamar da Selic. Em um debate em abril no Senado, acompanhado de Roberto Campos Neto, presidente do BC, o ministro afirmou que o país terá problemas fiscais se a economia continuar desacelerando como resultado da política monetária.
Veja também
- Perspectiva de reunião de Haddad com Lula em Brasília arrefece alta do dólar
- Com fiscal sob pressão, Haddad cancela viagem à Europa a pedido de Lula
- Dólar fecha no maior valor em mais de 3 anos com incertezas sobre corte de gastos do governo
- Equipe econômica vê alta do PIB de 2024 se aproximar de 3% e cita incerteza e risco inflacionário
- Após indicação de Galípolo para presidência do BC, dúvida é nome para diretor de Política Monetária