Com o avanço dos ataques entre Israel e Irã, o barril do petróleo voltou a subir na manhã desta segunda-feira (17). O aumento chegou a 1,75% às 9h45 no barril do petróleo brent, ou petróleo bruto, chegando a US$ 74,51, depois de fechar em US$ 73,23, com vencimento para agosto deste ano.
De acordo com a Bloomberg, os contratos futuros tiveram sua maior alta em três anos quando Israel lançou ataques aéreos no último dia 13 de junho. Mas, apesar de cinco dias de hostilidades, os ganhos do petróleo de referência americano estagnaram perto de US$ 73 o barril.
Ainda segundo a Bloomberg, “os preços parecem estranhamente contidos”. Analistas internacionais apontam que quando o petróleo atingiu níveis recordes, em 2008, o barril chegou a US$ 150, o que foi impulsionado, em parte, por temores sobre um exercício de treinamento militar israelense. Agora, afirma a Bloomberg, os traders de petróleo parecem menos preocupados.
Por enquanto, esta aparente indiferença reflete, em parte, a ausência de interrupções nas instalações e exportações, e a percepção de improbabilidade de cenários extremos, como o fechamento do crítico Estreito de Ormuz.
Mas dois relatórios publicados nesta terça-feira (17) pela International Energy Agency (IEA, ou Agência Internacional de Energia), que fiscaliza os países consumidores, ilustram a dinâmica mais profunda em jogo.
Em sua última atualização mensal, a IEA observou que, a menos que a crise atinja as exportações, “os mercados de petróleo em 2025 parecem bem abastecidos“, com a demanda diminuindo e a OPEP+ aumentando a produção. Os estoques mundiais aumentaram em 1 milhão de barris por dia nos últimos meses, afirmou a agência.
A perspectiva anual de médio prazo da agência reafirmou que as condições de superávit devem persistir pelo resto desta década.
O consumo na China deve atingir o pico em 2027, alguns anos antes do esperado, à medida que o país se volta mais para os carros elétricos.
Enquanto isso, a oferta de petróleo continuará aumentando mesmo com o declínio do xisto nos Estados Unidos, em meio ao crescimento da produção no Brasil, Canadá e Guiana, afirmou a agência.
Em suma, a calma dos traders de petróleo em meio à turbulência no Golfo Pérsico se encaixa na mudança do setor para uma era de abundância.