Economia

Preços dos imóveis sobem acima inflação no 1º semestre

Valores aumentaram em 13 das 16 cidades pesquisadas pelo FipeZap; alta foi de 1,1% entre janeiro e junho.

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No semestre em que a economia global foi marcada pela pandemia do coronavírus, os imóveis residenciais no Brasil surpreenderam e apresentaram valorização. Isso é o que mostra o Índice Fipezap, pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base nos anúncios do portal Zap.

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Segundo o levantamento, os preços pedidos subiram em média 1,1% no primeiro semestre, batendo a inflação (medida pelo IPCA) projetada para o mesmo período, de apenas 0,08%. Na prática, isso aponta para uma alta real de 1,03%.

Entre as 16 capitais pesquisadas, foram registradas altas em 13 delas no primeiro semestres:

  • Florianópolis (4,16%)
  • Curitiba (3,24%)
  • Campo Grande (2,98%)
  • Brasília (2,37%)
  • Belo Horizonte (2,13%)
  • Maceió (2,13%)
  • Vitória (1,66%)
  • São Paulo (1,59%)
  • Manaus (1,35%)
  • Salvador (0,99%)
  • Goiânia (0,71%)
  • Porto Alegre (0,51%)
  • Rio de Janeiro (0,37%)

Já em outras 3 capitais, houve quedas no semestre:

  • João Pessoa (-0,38%)
  • Fortaleza (-1,35%)
  • Recife (-3,88%)

No mês de junho, os preços pedidos cresceram 0,18%. E no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 0,81%. Com esses resultados, o preço médio pedido por metro quadrado no País atingiu R$ 7.307 em junho. Os valores mais altos estão no Rio de Janeiro (R$ 9.323), São Paulo (R$ 9.132) e Brasília (R$ 7.491).

Trocando o aluguel pela casa própria

O coordenador do Índice Fipezap, Eduardo Zylberstajn, avalia que a valorização dos imóveis no primeiro semestre mostra que o mercado contou com mais fatores positivos do que negativos.

Embora a pandemia tenha causado uma paralisação da economia, redução da renda de milhões de brasileiros e postergação de negócios, uma outra parte dos consumidores ainda vê sentido em trocar o aluguel pela casa própria, e pode contar com os juros mais baixos da história para financiar uma aquisição.

“Ainda que tenha um choque no emprego e na renda, há uma outra situação favorável, de juros baixos, o que é essencial para embasar essas negociações e sustentar o preço dos imóveis”.

EDUARDO Zylberstajn

O coordenador também lembra que havia uma demanda reprimida no setor, uma vez que muitas pessoas deixaram de comprar imóveis durante a crise anterior, iniciada em 2014. Essas transações estão acontecendo atualmente, diz. “E o preço dos imóveis no Brasil é rígido. Na pandemia, ninguém sai vendendo o imóvel com medo. Quem tem imóvel, fica receoso em dar um super desconto e perder dinheiro”, conta.

Imóveis tendem a subir, apesar da crise

Zylberstajn acredita ainda que o preço dos imóveis continuará acima da inflação neste segundo semestre, ou seja, manterá a trajetória de valorização.

“Considerando um abrandamento da pandemia e uma retomada da economia, ainda que lenta, então temos condições para a manutenção desse cenário de valorização. Vai ser uma valorização pequena, nada de uma super alta, claro”, prevê.

“A inflação seguirá sob controle, os estoques de imóveis novos estão relativamente baixos, e os lançamentos de novos projetos diminuíram o ritmo. Isso tudo indica condições de continuarmos vendo aumento nos preços”, afirma.

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