Economia
Produção industrial no Brasil cai 0,7% em setembro, diz IBGE
Em relação a setembro de 2021, a indústria assinalou avanço de 0,4%. Já no acumulado no ano, houve queda de 1,1% e, nos últimos 12 meses, de 2,3%.
A produção industrial brasileira caiu 0,7% na passagem de agosto para setembro, a segunda taxa negativa consecutiva, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (1).
Em relação a setembro de 2021, a indústria assinalou avanço de 0,4%. Já no acumulado no ano, houve queda de 1,1% e, nos últimos 12 meses, de 2,3%.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de recuo de 0,6% na variação mensal e de alta de 0,7% na base anual.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, é possível dizer que há uma redução no ritmo da produção industrial. Segundo Macedo, isso fica bem evidenciado não apenas nesses dois meses de queda em sequência, mas também na maior frequência de taxas negativas nos últimos quatro meses, com três variações negativas.
“Com esses últimos resultados e um perfil bem disseminado de recuo na produção em setembro de 2022, entendemos que houve perda no ritmo da produção nos últimos meses”, analisa o gerente da pesquisa.
Influência no mês
A maior influência negativa entre as atividades foi da indústria de produtos alimentícios (-2,9%), seguida por metalurgia (-7,6%) e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,6%).
“Produtos alimentícios apresentam dois meses consecutivos com queda na produção, totalizando um recuo de 6,1%. Porém, destaco que nos três meses anteriores a esses dois recuos, essa atividade havia apresentado crescimento de 6,7% de forma acumulada. Produtos derivados de soja, açúcar e carnes de aves são itens importantes no entendimento dessa queda no setor alimentício em setembro”, comenta o pesquisador.
Já o setor de metalurgia assinalou em setembro de 2022 a queda mais intensa desde janeiro de 2021 (-9,9%) nesse tipo de comparação. “Mas é importante lembrar que esse segmento industrial vem de dois meses com resultados positivos, acumulando 2,4% nesse período. O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis acumula redução de 6,9% em dois meses seguidos de perda e foi pressionado, nesse mês, pelos derivados do petróleo e álcool”, explica Macedo.
“Esse perfil disseminado de queda na produção, com apenas 5 setores avançando seu ritmo produtivo, não era observado desde janeiro de 2022, quando apenas 4 segmentos industriais mostraram crescimento. Entre as atividades que crescem, o setor extrativo (1,8%) é o de maior impacto positivo, com destaque para os avanços na extração dos óleos brutos de petróleo, gás natural e os minérios de ferro. Entre as grandes categorias econômicas, todas mostraram recuo na produção em setembro”, esclarece o analista.
(*Com informações da Agência IBGE)
Veja também
- Na disputa entre indústria e China, a fibra óptica é a bola da vez e governo amplia taxa de importação
- Indústria do Brasil inicia 2º tri com queda acima do esperado em abril
- Confiança da indústria no Brasil tem estabilidade em fevereiro após série de altas, diz FGV
- Anfavea estima investimentos de R$ 100 bi por setor automotivo no Brasil
- Produção da indústria do Brasil cai mais do que o esperado em julho