Economia
Quanto vale o seu lixo?
Brasil é o 4º país no mundo que mais produz lixo. São mais de 11 milhões de toneladas por ano e apenas 1,28% de reciclagem.
Por que geramos tanto lixo? Anualmente, são produzidos cerca de 2 bilhões de toneladas de lixo em todo o planeta. E esse número só cresce. O Brasil é o quarto país no mundo que mais produz lixo. São milhões e milhões de toneladas por ano e apenas 1,28% de reciclagem. O país está atrás dos Estados Unidos (1º lugar), da China (2º) e da Índia (3º).
O mundo ideal seria que todos descartassem os materiais corretamente, dividindo o lixo em dois: comum e reciclável. Isso possibilitaria a reciclagem de 40% dos resíduos. Porém, este é um problema que parece difícil de ser solucionado.
Os resíduos sólidos, associados ao tratamento de esgoto, são o principal problema ambiental, pelo menos aqui no Brasil. Seria possível economizar 8 bilhões de reais por ano se todos os resíduos encaminhados aos lixões e aterros sanitários fossem reciclados.
No mundo se descarta 1 milhão de sacos plásticos por minuto; os mais de sete bilhões de habitantes no planeta descartam, em média, mais de 1 quilo de lixo por dia. Quase a metade do total do lixo gerado no mundo é proveniente dos 30 países mais desenvolvidos. A projeção do Banco Mundial e da ONU é que, na metade deste século, se o ritmo atual for mantido, teremos 9 bilhões de habitantes e 4 bilhões de toneladas de lixo urbano por ano.
Nos últimos 30 anos, o aumento do volume de lixo produzido no mundo foi três vezes maior que o populacional. Só que é pago um alto custo financeiro e ambiental por isso. A maior parte do lixo produzido no mundo ainda é descartada em aterros. Os Estados Unidos estimam que um metro quadrado de terreno é desperdiçado, para sempre, para cada dez toneladas de lixo aterrado.
Energia
Outro ponto que liga o lixo à economia diz respeito à geração de energia. Estudos mostram que a matéria orgânica quando se decompõe produz o gás metano que é um gás poderosíssimo de efeito estufa. Ele é 21 vezes mais quente que o dióxido de carbono, o CO2. Só que esse gás metano “solto” na natureza pode causar mudanças climáticas. E infelizmente o Brasil é um grande produtor de gás metano.
Existem hoje no mundo aproximadamente 1,5 mil usinas térmicas, que queimam o lixo para gerar energia ou calor em 35 países. O Japão, o bloco europeu, a China e os Estados Unidos lideram o ranking. As usinas reduzem a cerca de 10% o volume do lixo que entra, transformado em cinzas que podem ser aproveitadas como base de asfalto ou na construção civil. No processo, produzem energia elétrica, vapor, água gelada e combustível.
Mas a tecnologia de queima ideal, que reduz a um mínimo os impactos ambientais, é cara e o custo do megawatt-hora produzido é bem superior a outras fontes convencionais.
Rasgando dinheiro
Já outro recurso constantemente desperdiçado é o alumínio. A cada tonelada de alumínio reciclada, é evitada a retirada de 5 toneladas de minério de bauxita. Isso sem dizer que o processo de transformação do minério em alumínio consome muita energia. Ou seja: jogar fora o lixo e rasgar dinheiro são de certa forma a mesma coisa.
Isso sem contar na quantidade de aparelhos eletrônicos que jogamos fora diariamente de maneira equivocada. E diante de todos os meios para a reutilização do lixo, a reciclagem tem se revelado um bom negócio. Países desenvolvidos como a Austrália e o Japão já reciclam praticamente 100% do lixo que produzem. Os Estados Unidos é o país que produz mais lixo no mundo, e parte desse lixo é reciclado, o que gera emprego para milhares de pessoas nesse processo.
Quanto vale o lixo?
O mercado global do lixo, da coleta até a reciclagem, movimenta 410 bilhões de dólares por ano. Um relatório da União Europeia estimou que a adoção completa da legislação ideal sobre lixo traria, ao final desta década, uma economia de 72 bilhões de euros por ano, além de um aumento de 42 bilhões de euros no faturamento do setor e a criação de 400 mil empregos.
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