Economia

Queda do dólar e petróleo favoreceram deflação do IGP-DI, diz economista

Em julho, índice ficou em -7,47% no acumulado de 12 meses e bateu recorde da série histórica.

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 3 min

A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou na manhã desta segunda-feira (7) que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou deflação de 0,40% no mês de julho, apesar da alta de algumas commodities importantes.

No acumulado de 12 meses, a queda foi de 7,47%, batendo novo recorde da série histórica. No mês anterior, em junho, o índice já tinha batido recorde com o acumulado em 12 meses de 7,44%. Em junho, a deflação foi de 1,45%.

Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos, destaca que a desvalorização do dólar frente ao real e a queda no preço do petróleo nos últimos 12 meses contribuíram para deflação recorde.

“O IGP-DI foi um dos índice mais impactados, principalmente com a queda do dólar. Isso ajuda muito a reduzir a inflação, já que boa parte dos produtos que a gente consome tem o preço em dólar ou são importados. A alta dos juros também ajudou a controlar a inflação aos longo dos últimos meses, tivemos um dos maiores juros reais do mundo, e esse forte aperto monetário acabou dando resultados expressivos.”

Ele também destaca a forte queda do barril do petróleo por vários meses e que apesar da commodity voltar a subir nas últimas 6 meses, o preço está dentro da média.

“O petróleo em baixa ajuda a reduzir bastante essa inflação e afeta várias cadeias de produção. Agora que o petróleo volta a subir, mas ainda está na média dos últimos anos, com o barril abaixo de 100 dólares”, disse Piter Carvalho.

Colheita de soja. Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Peso das commodities

O economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, disse, em nota, quais as commodities que tiveram maior influência no índice.

Nesta apuração, commodities de peso, que por inúmeros meses registraram queda em seus preços, apresentaram reversão desse processo e registraram aumentos, reduzindo o ritmo de queda do IPA e sua influência sobre o IGP. Estas commodities ficaram entre as maiores influências positivas do índice ao produtor, dentre as quais vale destacar: soja (de -3,61% para 3,82%), minério de ferro (de -2,19% para 1,95%) e bovinos (de -5,70% para 1,71%)“, disse.

O índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,61% em junho, ante queda de 2,13% no mês anterior.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que corresponde por 30% do IGP-DI, mostrou que a pressão aos consumidores aumentou com uma elevação de 0,07% no período, de recuo de 0,10% em junho.

E o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) registrou desaceleração da alta a 0,10% em julho, ante 0,71% em junho.

O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.

  • Confira ações da Petrobras (PETR4)

Mais Vistos