Economia

Relatório trimestral da inflação: BC melhora projeção do PIB

No documento, o BC deixou inalterada a perspectiva de expansão de 1% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 que havia sido estimada em setembro.

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O Banco Central melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2022 a 2,9%, de 2,7% antes, conforme Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (15).

No documento, o BC deixou inalterada a perspectiva de expansão de 1% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 que havia sido estimada em setembro.

O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano e de 2,1% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,05% em 2022 e 0,75% no ano que vem.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

Atualmente a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.

Inflação

Em relação às avaliações sobre a inflação, o BC afirmou que o índice de preços seguiu recuando nos últimos três meses diante dos efeitos das medidas tributárias e da recente queda dos preços das commodities.

“A inflação subjacente se mantém alta e em patamar incompatível com o cumprimento da meta de inflação, mas há sinais incipientes de arrefecimento na margem, inclusive no segmento de serviços”, disse.

Segundo o relatório, o IPCA do trimestre encerrado em novembro ficou 0,17 ponto percentual acima do cenário de referência apresentado há três meses, ressaltando que essa surpresa ocorreu porque não se concretizou parte da redução esperada nas tarifas de energia elétrica residencial após corte tributário e houve alta substancial nos preços de alimentos in natura.

O BC disse ainda que a probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano passou de 93% para nível próximo a 100%, enquanto a chance de estouro em 2023 subiu de 46% para 57%.

Transações correntes

O Banco Central piorou sua estimativa para o déficit em transações correntes a US$ 60 bilhões dneste ano, ante rombo de US$ 47 bilhões projetado em setembro, enxergando para 2023 déficit de US$ 49 bilhões, contra US$ 36 bilhões da estimativa anterior.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, o BC passou a ver Investimentos Diretos no País (IDP) de US$ 80 bilhões em 2022, sobre US$ 70 bilhões antes. Na visão da autoridade monetária, o patamar deve ficar em US$ 75 bilhões em 2023, mesmo nível projetado em setembro.

Nas contas do BC, a balança comercial terá superávit de US$ 41 bilhões neste ano (contra estimativa anterior de US$ 42 bilhões), ao passo que no ano que vem as trocas comerciais ficarão positivas em US$ 46 bilhões (ante projeção anterior de US$ 54 bilhões).

Expansão do crédito

O Banco Central previu um crescimento do crédito no país de 15,1% este ano, ante estimativa de 14,2% feita em setembro.

Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 18,1% em 2022, contra expectativa anterior de 16,4%. Para as empresas, a alta foi calculada em 10,9%, ante 11,2% no último relatório.

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 16,3% (+17,2% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 13,4% (+9,7% antes).

Nas contas do BC, a expansão do estoque de crédito em 2023 será de 8,3%, ante 8,2% estimados em setembro. Nesse caso, a autoridade monetária vê alta de 9,0% no crédito às pessoas físicas (8,7% na projeção anterior) e de 7,3% no crédito às empresas (ante 7,4%).

No próximo ano, o estoque de crédito com recursos livres deve ter expansão de 8,6% (estava em 9,6% em setembro), ao passo que o saldo com recursos direcionados deve subir 8,0% (contra 6,0%), completou o BC.

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