Economia
Revisão mostra contração econômica leve nos EUA no 2º trimestre
O Produto Interno Bruto do país encolheu a uma taxa anualizada de 0,6% no último trimestre, aponta a segunda prévia.
A economia dos Estados Unidos contraiu a um ritmo mais moderado do que inicialmente se pensava no segundo trimestre, pois os gastos dos consumidores compensaram parte do peso decorrente de um ritmo mais lento de acúmulo de estoques, dissipando o medo de que uma recessão estivesse em andamento.
O Produto Interno Bruto encolheu a uma taxa anualizada de 0,6% no último trimestre, disse o Departamento de Comércio em sua segunda estimativa do PIB nesta quinta-feira.
O resultado representou uma revisão para cima do ritmo de declínio anteriormente estimado de 0,9%. A economia contraiu a uma taxa de 1,6% no primeiro trimestre
Economistas consultados pela Reuters esperavam que o PIB fosse revisado ligeiramente para cima para mostrar queda de 0,8%.
Embora as duas quedas trimestrais do PIB atendem à definição padrão de uma recessão técnica, medidas mais amplas da atividade econômica sugerem um ritmo lento de expansão em vez de uma retração.
As vendas no varejo foram muito mais fortes do que inicialmente relatado em maio, e essa força persistiu até junho e julho. A produção industrial atingiu um recorde em julho, enquanto os gastos empresariais com equipamentos foram sólidos. O mercado de trabalho continua a gerar empregos em ritmo acelerado.
A Agência Nacional de Pesquisa Econômica, árbitro oficial das recessões nos Estados Unidos, define uma recessão como “um declínio significativo na atividade econômica espalhado pela economia, durando mais de alguns meses, normalmente visível na produção, emprego, renda real, e outros indicadores”.
Mas o risco de uma recessão tem aumentado à medida que o Federal Reserve aumenta agressivamente a taxa de juros para esfriar a demanda a fim de conter a inflação, azedando tanto a confiança empresarial quanto dos consumidores. O banco central dos Estados Unidos subiu sua taxa de juros em 225 pontos-base desde março.
O discurso do chair do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira na conferência anual de Jackson Hole pode esclarecer melhor se o banco central dos EUA pode engendrar uma desaceleração econômica sem desencadear uma recessão.
O mercado de trabalho é uma peça importante desse quebra-cabeças. Embora setores sensíveis aos juros, como a habitação e tecnologia, estejam demitindo trabalhadores, cortes amplos de empregos ainda não se materializaram, deixando o mercado de trabalho em geral apertado.
Um relatório separado do Departamento do Trabalho nesta quinta-feira mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 2.000, para 243.000, na semana encerrada em 20 de agosto. Os pedidos têm ficado em torno de 250.000 desde que atingiram um pico de 261.000 em meados de julho.
A taxa de desemprego caiu para uma mínima pré-pandemia de 3,5% em julho, contra 3,6% em junho. Havia 10,7 milhões de vagas de emprego abertas no final de junho, com 1,8 vaga para cada trabalhador desempregado.
Veja também
- Impostos, dívida e imigração: os grandes efeitos da eleição americana para os EUA
- Tradicional rede americana, TGI Friday’s pede recuperação judicial
- Dólar a R$ 6,00 e pressão sobre os juros: o contágio do ‘Trump trade’ para o Brasil
- Suzano avalia expansão nos EUA com compra de empresa da Kraft
- Nos Estados Unidos, o futebol é outro: conheça os esportes mais famosos por lá