Economia
Sem surpresas, Fed corta juros em 0,25 p.p. e destaca e crescimento econômico sólido
A declaração do Fed será interpretada à luz do retorno do presidente republicano eleito Donald Trump ao poder em janeiro
O Federal Reserve reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira, com formuladores de política monetária destacando um mercado de trabalho que, de modo geral, se flexibilizou, enquanto a inflação continua a se aproximar da meta de 2% do banco central dos Estados Unidos.
“A atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido”, disse o Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central ao final de uma reunião de política monetária de dois dias, na qual autoridades reduziram a taxa de juros de referência overnight para a faixa de 4,50% a 4,75%, conforme amplamente esperado. A decisão foi unânime.
No entanto, enquanto a declaração de política monetária anterior do Fed mencionava a desaceleração dos ganhos mensais de empregos, a nova declaração se refere ao mercado de trabalho de forma mais ampla.
Mesmo com a taxa de desemprego permanecendo baixa, “as condições do mercado de trabalho, de modo geral, se flexibilizaram”, diz a declaração.
Os riscos para o mercado de trabalho e a inflação estão “mais ou menos equilibrados”, disse o Fed, repetindo a linguagem do comunicado divulgado após a reunião de setembro.
O novo comunicado também alterou ligeiramente a referência à inflação, dizendo que as pressões sobre os preços haviam “progredido” em direção à meta do Fed, em vez da linguagem anterior de que haviam “progredido ainda mais”.
O núcleo do índice PCE de inflação ao consumidor que exclui alimentos e itens de energia e é um indicador importante da inflação mudou pouco nos últimos três meses, registrando uma taxa anual de aproximadamente 2,6% em setembro.
A declaração do Fed será interpretada à luz do retorno do presidente republicano eleito Donald Trump ao poder em janeiro.
Trump, que derrotou a vice-presidente democrata Kamala Harris na eleição presidencial de terça-feira, fez uma campanha com promessas que vão desde tarifas pesadas sobre as importações até a repressão à imigração, o que pode ter um impacto amplo e imprevisível sobre o cenário econômico que o Fed enfrentará nos próximos meses, à medida que autoridades tentam manter a inflação contida e próxima da meta do banco central.
O chair do Fed, Jerome Powell, que foi indicado por Trump em seu primeiro mandato para chefiar o banco central e depois entrou em conflito com o então presidente sobre a política de juros em 2018 e 2019, dará uma coletiva de imprensa às 16:30 (de Brasília) para elaborar sobre a declaração de política monetária e as perspectivas econômicas.
Investidores já tinham reduzido suas apostas de que o banco central será capaz de reduzir os juros tanto quanto o esperado após a vitória eleitoral de Trump.
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