A votação de terça-feira (28), com placar de 52 a 48, não levará a um fim rápido das tarifas, uma vez que a medida ainda precisa ser aprovada pela Câmara — que até agora se recusou a analisar uma legislação semelhante — e o presidente quase certamente a vetaria.
Ainda assim, a medida representou uma repreensão pública, sinalizando uma reação negativa de alguns grupos republicanos ao amplo uso dos poderes tarifários do presidente.
Cinco republicanos juntaram-se a todos os democratas no apoio à medida: Thom Tillis, Rand Paul, Lisa Murkowski, Mitch McConnell e Susan Collins.
Tarifas para o Brasil não fazem sentido
As sanções comerciais contra o Brasil são incomuns, visto que os EUA têm superávit comercial com o país sul-americano e o presidente tem promovido suas tarifas principalmente como uma forma de reduzir o déficit comercial americano.
Críticos acusaram Trump de usar as tarifas como forma de atacar seus oponentes políticos, considerando seus ataques ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Trump acusou o governo brasileiro de perseguir injustamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado fiel, que é acusado de participar de uma tentativa de golpe após sua derrota em 2022.
O conflito comercial pode ser resolvido sem a legislação. Lula disse estar otimista de que uma solução será encontrada para resolver a relação tensa. Um encontro com Trump à margem da cúpula da APEC foi “surpreendentemente bom”, afirmou Lula.
A votação no Senado foi a primeira sobre as tarifas contra o Brasil.
O Senado aprovou por uma pequena margem uma legislação para acabar com as tarifas de Trump sobre o Canadá no início deste ano, embora uma resolução separada para acabar com as amplas tarifas globais tenha sido rejeitada.
A Câmara dos Representantes ainda não votou nenhuma dessas resoluções comerciais.
Os senadores também planejam votar novamente ainda nesta semana medidas para acabar com os poderes de emergência que Trump usou para impor tarifas ao Canadá e à maioria dos outros países do mundo.