Economia

Setor de serviços cresce 0,9% em maio com alta dos transportes

Índice acumula alta de 4,8% no ano, diz IBGE.

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O volume de serviços cresceu 0,9% no mês de maio, após queda de 1,5% no mês anterior, segundo divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). E o setor de transportes puxou a alta do índice.

Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mostram que o acumulado do ano está em 4,8%, Já nos últimos 12 meses, o avanço foi de 6,4%. Com o resultado, o índice está 11,5% acima do patamar pré-pandemia.

O resultado superou as expectativas do mercado. A projeção de economistas consultados pela Reuters era de alta de 0,3% no mês.

De acordo com o economista-chefe Étore Sanchez, da Ativa Investimentos, a Pesquisa Mensal de Serviços de maio surpreendeu para cima.

“Tendo como referência o PIB de serviços, a alínea da PMS de ‘outros serviços prestados às famílias’ é muito relevante, e a mesma manteve o forte comportamento. Evidentemente que parte relevante da surpresa do headline, que subiu 4,7%, teve contribuição de transportes, que haviam surpreendido em sentido oposto no resultado do mês anterior”, afirmou.

O economista afirmou ainda que revisou a perspectiva para o PIB de 2023, de 1,6% para 2%, mantendo 2024 em 1%.

Já a economista Ariane Benedito diz que o segundo semestre deve apresentar crescimento menor para serviços, e a continuidade de serviços prestados as famílias ganhando maior protagonismo para o setor.

“A questão dos juros tem grande influência para serviços e varejos, e se concretizada o início o ciclo de cortes em agosto, conforme expectativa, a chances de melhora na demanda para esses setores. Por fim, o crescimento do dado acima do esperado corrobora com a melhora da percepção sobre a atividade do segundo trimestre de 2023.”

Caminhoneiros ficam parados à espera de um frete perto do Terminal de Cargas, na Zona Norte de SP. Crédito: Tatiana Santiago

Transportes de carga

Das cinco atividades analisadas, quatro avançaram em maio. O maior impacto sobre o índice geral veio do setor de transportes, que cresceu 2,2%, recuperando parte da perda de 4,3% registrada em abril.

O transporte de cargas avançou 3,7%, alcançando o maior patamar de sua série histórica, iniciada em 2011. Com isso, essa categoria ficou 41,3% acima do nível registrado em fevereiro de 2020. O transporte de passageiros também cresceu 2,8% em maio, após ter recuado 4,5% no mês anterior.

Em nota, o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo, explica a alta do setor de transportes.

“Os principais impactos para o resultado positivo vieram do rodoviário de cargas, do aéreo de passageiros e do aquaviário de cargas. Há dois segmentos que impulsionaram essa última atividade: o de navegação de apoio marítimo e portuário, relacionado a serviços de apoio a plataforma de petróleo, e o transporte marítimo de cabotagem, que é ligado ao transporte de cargas dentro do país”.

Já o bom desempenho das empresas de transporte de cargas é ligado, entre outros fatores, ao momento atual do setor agrícola.

Em seguida, o setor que mais influenciou o resultado foi o de serviços prestados às famílias, que avançou 1,1% em maio.

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