Economia
Taxas futuras de juros avançam com redução de posições vendidas antes de IPCA-15
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – As taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em alta no Brasil, com investidores reduzindo posições vendidas em taxa na véspera da divulgação do IPCA-15 e com os rendimentos dos Treasuries também subindo no exterior.
No início da sessão, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) já oscilavam com leves ganhos, com alguns investidores realizando um movimento de “desalavancagem” no mercado, conforme um profissional ouvido pela Reuters.
Na prática, houve redução de posições vendidas em taxa antes da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo–15 (IPCA-15), programada para a terça-feira. Economistas ouvidos pela Reuters projetam alta de 0,82% para o índice em fevereiro — o que se confirmado representará uma aceleração ante o 0,31% de aumento em janeiro.
O viés de alta para as taxas dos DIs foi reforçado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries, que ganhou corpo ao longo da manhã, enquanto investidores aguardavam por um leilão de títulos pelo Tesouro norte-americano no início da tarde.
Passado o leilão, os yields dos Treasuries intensificaram os ganhos, com reflexos também no Brasil. A taxa para o contrato de janeiro de 2027 — um dos mais líquidos — chegou a subir 9 pontos-base às 16h17, na máxima de 10,115% do dia, já após o leilão nos EUA.
No encerramento da sessão, o contrato para janeiro de 2027 marcou alta menor, de 7 pontos-base, ainda assim um movimento consistente para o dia. Foi o terceiro dia útil consecutivo de alta para as taxas dos DIs, após três sessões de queda.
No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,035%, ante 10,011% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,915%, ante 9,844% do ajuste anterior.
Já a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,105%, ante 10,023%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,355%, ante 10,276%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,76%, ante 10,696%.
Perto do fechamento a curva a termo brasileira precificava 99% de chances de o corte da taxa básica Selic em março ser de 50 pontos-base, como vem sinalizando o Banco Central. Atualmente a Selic está em 11,25% ao ano.
Às 16:43 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 4,30 pontos-base, a 4,3032%.
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