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Trump renova ameaças, mas dólar marca a sexta semana seguida de queda

Dólar em queda; desvalorização; Dólar cai

Mesmo com alguns ruídos aqui e no exterior, o dólar encerrou sua sexta semana seguida de desvalorização contra o real. A moeda recuou 0,73% nos últimos cinco pregões, se mantendo abaixo dos R$ 5,80, mais precisamente em R$ 5,7968. Isso, a despeito da alta registrada nesta sexta-feira, de 0,51%.

O dólar chegou a marcar uma sequência de 12 quedas consecutivas, a maior sequência desde 2005. E mesmo subindo nesta sexta-feira (7), ainda são 6,3% de desvalorização da moeda ante o real em 2025 até o momento.

Depois de chegar a encostar em R$ 6,30 em dezembro, o dólar começou o ano em forte correção após o mercado interpretar que o novo governo Trump não tomaria atitudes tão impactantes economicamente logo de cara. E mesmo após o anúncio de tarifas contra Canadá, México e China, a suspensão na sequência manteve o ritmo.

Tudo isso em meio a um cenário em que os investidores estrangeiros estão voltando ao mercado brasileiro, com uma entrada de R$ 6,82 bilhões de capital de fora na bolsa em janeiro, segundo a B3. Esse foi o melhor mês desde agosto de 2024, quando ingressaram R$ 10,01 bilhões. Isso não só ajudou o dólar a cair, mas também a bolsa a subir 3,7% no ano até agora.

E esta sexta parecia que a tendência se manteria, com o dólar chegando a cair 0,5% durante a manhã, atingindo uma mínima de R$ 5,7354. Mas o sinal virou. Além de preocupações relativas ao quadro fiscal brasileiro, as novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump contribuíram para essa mudança de rumo da cotação.

O presidente americano afirmou que anunciará tarifas recíprocas sobre muitos países na próxima semana. O anúncio, caso concretizado, confirmaria sua promessa de campanha de impor tarifas recíprocas sobre as importações norte-americanas iguais às taxas que os parceiros comerciais impõem às exportações do país.

Assim que Trump fez a declaração, o dólar apagou a queda e passou a subir, não só no Brasil, mas em um movimento global. A avaliação é que as tarifas de importação têm potencial inflacionário, o que forçaria o Federal Reserve a manter a taxa de juros elevada, um cenário que, em tese, favorece o dólar ao elevar os rendimentos dos Treasuries.

O rendimento do Treasury de dois anos – que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo – tinha alta de 7 pontos-base, a 4,279%.

As promessas tarifárias já vinham sendo o principal assunto da semana nos mercados, após o presidente dos EUA impor taxas de 25% sobre México e Canadá e de 10% sobre a China.

Enquanto as tarifas sobre os vizinhos foram suspensas por um mês após eles concordarem em fortalecer o controle de suas fronteiras com os EUA, as taxas sobre os produtos chineses seguem em vigor desde terça-feira, o que gerou retaliação por parte de Pequim.

Mais cedo, foram divulgados dados de emprego nos EUA. Foram abertas 143.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em janeiro, de 307.000 revisados para cima em dezembro, número abaixo dos 170.000 esperados por economistas consultados em pesquisa da Reuters, ante 256.000 informados anteriormente.

Por outro lado, o relatório do governo dos EUA também mostrou que a taxa de desemprego caiu para 4,0% em janeiro, de 4,1% no mês anterior, número melhor que a expectativa de economistas de que a taxa ficaria inalterada.

(Com informações da Reuters)

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