O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos semielaborados de cobre — como fios e vergalhões —, mas recuou da ideia inicial de taxar também o cobre refinado. A decisão foi vista como um alívio para a indústria americana, que depende do metal como insumo essencial.
Logo após o anúncio da medida, os preços do cobre despencaram até 20% — a maior queda intradiária desde 1988 —, refletindo a frustração das expectativas do mercado, que temia um tarifaço ainda mais amplo. A nova alíquota entra em vigor em 1º de agosto e atinge apenas produtos intermediários, deixando de fora o cobre bruto, os concentrados e os cátodos refinados, usados como padrão nas negociações globais.
O pacote foi editado por meio da seção 232 do Ato de Expansão do Comércio dos EUA, mesma base legal usada no passado para taxar aço e alumínio. Além disso, Trump invocou o Defense Production Act, uma lei da Guerra da Coreia, para obrigar que parte do cobre de alta qualidade produzido nos EUA seja vendido internamente: 25% em 2025, subindo para 40% até 2029.
Nos bastidores, o recuo parcial de Trump veio após uma intensa campanha de lobby em Washington, que envolveu mineradoras americanas, fabricantes de fios e cabos, ferros-velhos e até governos estrangeiros. A decisão, porém, reforça que o cobre passou a integrar a lista de prioridades comerciais de Trump — algo inédito, já que em seu primeiro mandato o foco estava no aço e no alumínio.
Para o setor de cobre, o sinal é claro: os EUA querem segurança de fornecimento em meio ao crescimento esperado da demanda por veículos elétricos, redes de energia e datacenters. E os mercados globais já começam a se reorganizar diante desse novo cenário.
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