Economia

Vendas no varejo do Brasil sobem 0,4% em outubro sobre mês anterior, diz IBGE

Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de altas de 0,3% na comparação mensal e de 2,30% sobre um ano antes.

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O setor de varejo brasileiro iniciou o quarto trimestre com aumento das vendas pelo terceiro mês seguido em outubro e um pouco acima do esperado graças à antecipação das promoções de Black Friday, apesar do cenário de desaceleração econômica.

As vendas no varejo registraram alta de 0,4% em outubro, mostraram os dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o terceiro seguido no azul e ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,3% ), mesmo em um ambiente de aperto de crédito, juros altos e endividamento elevado das famílias.

Isso também deixou o setor 2,9% abaixo do nível recorde de outubro de 2020 e 3,4% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas subiram 2,7%, contra expectativa de 2,3%..

“Desde 2020, a Black Friday vem se pulverizando, porque as empresas começaram a antecipar promoções e descontos. Vimos isso agora em outubro, sobretudo em Móveis e eletrodomésticos e Equipamentos e material para escritório”, explicou Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Ainda assim, analistas não preveem ganho de tração para o varejo à frente, que vem apresentando resultados mensais próximos da estabilidade, considerando a política monetária restritiva do Banco Central e a perspectiva de desaceleração econômica, mesmo com o desemprego em queda e a inflação moderada.

Entre as oito atividades pesquisadas, cinco apresentaram taxas positivas em outubro –Móveis e eletrodomésticos (2,5%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (2,0%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,0%); Combustíveis e lubrificantes (0,4%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%).

As atividades que tiveram queda em volume de vendas foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%); Tecidos, vestuário e calçados (-3,4%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,8%).

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, registrou aumento de 0,5% no volume de vendas em comparação com setembro e de 0,3% sobre outubro de 2021.

Nesse caso, as vendas de Veículo e motos, partes e peças caíram 1,7%, enquanto Material de construção apresentou recuo de 3,5%.

“Material de construção vem caindo nos últimos meses pois estava num patamar alto depois da pandemia, e tem tido uma certa compensação. Veículos também mostra compensação: houve um forte crescimento em agosto, devido a uma demanda reprimida por renovação de frotas nas empresas e também refletindo a trajetória de queda nos preços da gasolina”, explicou Santos.

O desempenho do varejo no país acompanha no mês o da produção industrial, que em outubro cresceu 0,3% sobre o mês anterior, depois de dois meses de retração.

Pedestre caminha em frente a loja no Rio de Janeiro 15/05/2017 REUTERS/Pilar Olivares

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