Finanças

Ação da BRF é destaque no mês, com aumento da participação da Marfrig

Especialistas veem início de um ciclo positivo para os frigoríficos, mas também apontam riscos.

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A ação da BRF (BRFS3) foi maior alta do Ibovespa no mês, 12,72%, atrás apenas da CSN Mineração (CMIN3). O mercado reagiu positivamente à notícia de que a a Marfrig (MRFG3) atingiu participação de 40,1% do total de ações da companhia.

Logo da BRF. REUTERS/Rodolfo Buhrer/File Photo/File Photo

A Marfrig afirmou que “tem por objetivo incrementar sua participação acionária na BRF”, mas que “não objetiva alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa atual da companhia”, segundo comunicado da BRF.

“Foi uma onda de compras sucessivas e enxergando um preço mais atrativo”, afirma Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos. “Tente pegar o valor de mercado da BRF nos últimos anos pra cá. Agora realmente está num ponto bem mais baixo.”

Apesar da alta no papel, Rafael Gabriel Pacheco, da Guide Investimentos, afirmou em nota que o aumento da participação já era esperado e avaliou o impacto da notícia como neutro.

Thiago Duarte e Henrique Brustolin, do BTG Pactual, também categorizam o papel como “neutro” em relatório, apesar de reconhecer que um ciclo positivo para os frigoríficos pode beneficiar a empresa.

“Ainda vemos o impulso nos ganhos dos players brasileiros de avicultura melhorando, à medida que sua competitividade histórica em custos de produção é restabelecida”

BTG, em relatório

A melhora na competitividade brasileira é relacionada no documento à escassez de gado nos EUA e ao fim de um período de queda nos preços da carne na China.

Gustavo Troyano e  Bruno Tomazetto, do Itaú BBA, também classificam o papel como neutro, mas subiram o preço alvo da ação para R$ 11 para 2024, de R$ 9 em 2023. “Antecipamos um forte impulso a curto prazo, impulsionado pela deflação de custos nos grãos já contratados para o segundo semestre de 2023”, escrevem.

Por outro lado, destacam que o pagamento de proventos da ação deve permanecer pressionado, o que justifica a posição neutra. O ritmo da recuperação das margens trimestrais para o restante do segundo semestre de 2023 e o ponto de equilíbrio do EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2024 são fatores apontados para essa pressão.

Cruz também destaca como o melhor momento para as ações de frigoríficos pode ter passado por conta do endividamento. “O mercado tem penalizado empresas endividadas por conta da alta taxa de juros.”

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