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Como a arte digital mudou os investimentos e a cultura? Veja 9 pontos
Tecnologia tem chamado a atenção dos investidores. Algumas obras chegaram a ser vendidas por milhões de dólares.
Além de criar uma forma própria de se conviver e interagir com ela, a arte digital se tornou uma fonte de lucro, mas também de alguns riscos. A união entre arte e tecnologia criou um mercado que está crescendo para artistas, colecionadores e, claro, investidores.
Veja abaixo perguntas e respostas para entender como a arte digital impacta a cultura e de que forma ela vem sendo comercializada na internet.
O que é a arte digital?
Arte digital é uma forma de expressar arte através de meios eletrônicos, como smartphones, computadores e tablets. Alguns exemplos de arte digital são os famosos gifs, ilustrações, web art e video mapping. Ela é apresentada em meios virtuais, como redes sociais, e em impressões gráficas.
O surgimento das primeiras artes digitais está ligado diretamente com a evolução dos computadores. Os artistas viram que o ambiente virtual poderia ser uma nova fonte para criar e expressar a arte.
Um dos primeiros trabalhos nessa área foi do artista alemão Frieder Nake, em 1965. Usando o cálculo matemático do algoritmo, ele reinterpretou a pintura “Highroads and Byroads”, de Paul Klee.
Outro destaque foi em 1967, com a obra “Nude”, que era a fotografia de uma mulher traduzida na linguagem gráfica dos pixels. A arte foi feita pelos engenheiros de computação Billy Klüver e Fred Waldhauer.
Até mesmo o artista Andy Warhol, conhecido pela Pop Art, criou algumas obras digitais utilizando o computador “Amiga 1000”, que estava sendo promovido na década de 1980.
A arte digital atualmente
A evolução da tecnologia diversificou as formas de criar e de se conectar com arte digital. É possível, por exemplo, interagir, como acontece em algumas exposições e eventos. Além disso, programas e recursos são constantemente renovados para atender artistas digitais e demais profissionais do meio.
Embora existam diversas maneiras de se expressar a arte, os principais tipos de arte digital hoje em dia são:
- Ilustração e desenho digital: criações gráficas que simulam a arte tradicional;
- Animação digital: modelos animados que podem ser bidimensionais ou tridimensionais;
- Desenho vetorial: imagens que podem ser utilizadas em diferentes tamanhos;
- Pixel Arte: imagens criadas por meio da manipulação dos pixels;
- Modelagem 3D: esculturas e arquiteturas desenvolvidas digitalmente e com aspecto bem próximo da realidade.
O crescimento dos NFTs
Com a arte e a tecnologia, oportunidades literalmente valiosas surgiram e abriram novos mercados. Um deles é o do NFT, sigla para token não-fungível (Non-Fungible Token), que é um certificado de autenticidade de bens únicos.
As artes são alguns dos itens comercializados com NFT porque possuem peças únicas, garantindo a exclusividade e a valorização da obra. A transparência de se comprovar a propriedade intelectual de um item contribuiu para o aumento da procura por objetos colecionáveis no universo digital.
O NFT surgiu a partir de 2012 e, anos mais tarde, começou a ganhar mais atenção do público. Algumas coleções de NFTs que ficaram conhecidas foram os gatinhos CryptoKitties e os humanos “pixelados” Cryptopunks.
Qual o impacto cultural da arte digital?
A arte digital passou a ser vista como mais uma forma de expressão, que pode ser apresentada de diferentes maneiras com um alcance muito maior. O que antes ficava restrito a menos pessoas em um museu, por exemplo, pode ser conhecido e apreciado pela tela do computador, por exemplo.
Assim como obras de arte do mundo físico se valorizam na mesma proporção em que se popularizam, as criações digitais seguem o mesmo caminho. A popularidade da pintura da Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, faz com que o valor da obra original acompanhe a fama que ela tem. Embora se veja a imagem pela internet e réplicas valiosas em museus e coleções particulares, o detentor da obra original é único.
De forma semelhante, as artes digitais se valorizam com o nível de popularidade e também de expectativa de valorização futura. Por mais que ela possa ser vista na internet, o NFT preserva a originalidade por meio de blockchain.
Essa tecnologia criptografa os dados e as transações, como uma barreira de proteção. Para quem adquire uma obra digital com NFT, fica mais fácil de comprovar a titularidade e a autenticidade dela.
NFTs de milhões
O poder da exclusividade que os NFTs detêm já contribuíram para números significativos no mundo da arte digital. Em 2021, a obra “Everydays: The First 5000 Days”, do renomado artista Beeple, foi leiloada por US$ 69,3 milhões.
Também em 2021, a obra “Merge”, do artista Pack, representou o NFT mais caro da história. Trata-se de uma série de NFTs, que possui diversos proprietários. As 312 mil cotas somaram o valor de US$ 91,8 milhões.
Da mesma forma que a pintura digital e demais expressões de arte chegam a muito mais pessoas por meio da tecnologia, também aumenta o número de donos de uma única obra, já que ela pode ser fracionada com o NFT.
Os riscos
Por mais atrativo que seja, adquirir artes digitais traz seus riscos. Há quem adquira obras que estão com preço baixo na expectativa de que se valorize no futuro. Mas não basta sair comprando. Especialistas sugerem que o mercado seja estudado, ou ao menos o tipo de arte que o investidor tenha interesse.
Da mesma forma que um ativo pode se valorizar rapidamente, ele corre o risco de perder valor também. Além disso, esse meio também pode ter golpes e, por isso, é importante se informar e buscar canais oficiais.
Investimento em NFTs e artes digitais
Assim como um investidor compra ações de uma empresa na expectativa de que o preço delas se valorize ao longo do tempo, investir em arte não é diferente. Quem acredita na aquisição de obras digitais vê as possibilidades que elas trazem, como:
- Há expectativa da valorização da obra para que ela seja revendida a um preço mais alto;
- É um mercado de oportunidade e de quem tem o olho clínico para identificar obras que poderão se popularizar no futuro e terem um preço mais alto;
- Quem tem réplicas das obras poderá pagar royalties ao detentor do original;
- Além das artes digitais, outros bens, como retratos de famosos, vídeos de momentos marcantes do esporte, músicas, elementos de games e terrenos virtuais são comercializados com NFT;
- Também é possível “tokenizar” ativos reais, como imóveis e objetos;
- A tecnologia NFT deverá ser a base do metaverso e vai viabilizar que mais bens digitais sejam negociados.
O lado negativo de “apostar” em obras digitais é a exposição aos golpes, à volatilidade e à menor liquidez. Encontrar um vendedor pode não ser tão rápido.
Como investir em arte digital?
É possível investir em arte digital adquirindo a obra diretamente, as cotas dela, ou ainda por meio de fundos de investimento. Os NFTs são negociados em criptomoedas e a maioria das chaves criptográficas dos NFTs, quando são criados, ficam no Blockchain Ethereum (ETH), que garante uma proteção aos dados e à originalidade do ativo.
Para adquirir NFTs de obras digitais, é necessário se cadastrar nos marketplaces de NFTs, como a OpenSea, Solanart, Binance NFT, SuperRare e Rarible. Já a Nifty Gateway possibilita que o artista lance suas coleções (drops) e negocie diretamente a venda.
Como comprar arte digital?
A compra de NFTs é feita com criptomoedas, que podem ser compradas em plataformas específicas para essa transação. Com as criptomoedas na carteira digital, é preciso transferi-las para o marketplace onde está a NFT. Além do valor da obra, é preciso pagar uma taxa pela transação.
A compra de NFTs ainda é um mercado de alto risco por ser ainda recente e trazer muitas possibilidades no futuro. Para investidores que preferem não arriscar na compra direta, existe a possibilidade de adquirir cotas de fundos de investimentos de empresas do setor ou de índices que replicam o comportamento do mercado.
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