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Azul e Gol amargam maiores quedas do Ibovespa em julho

A Gol registrou queda de -26,88%, seguida por Azul, com -19,03%.

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As companhias aéreas Azul (AZUL3) e Gol (GOLL4) se destacaram como as maiores quedas de julho entre as ações que compõem o Ibovespa — principal índice acionário da B3. A Gol lidera com queda de -26,88%, seguida por Azul, com -19,03%. Já no recorte dos sete meses do ano, os papeis de ambas as companhias registram alta de 31,2% e 60,76%, respectivamente, segundo o TradeMap. O Ibovespa registra alta de 11,13% no ano e de 3,27% em julho.

Em 11 de julho, o Goldman Sachs cortou a recomendação de compra para neutro nos papeis da Gol, o que fez despencar 5,8% as ações em bolsa neste dia. Os analistas do banco disseram estar mais seletivos com companhias aéreas, preferindo balanços mais fortes, além de um posicionamento competitivo.

Mas analisando o longo prazo, há perspectivas de melhora para o cenário das aéreas brasileiras, em especial pela melhora nas margens dado o menor custo no preço dos combustíveis, entre outros pontos. Veja abaixo os destaques para as companhias Gol e Azul:

Destaques da Gol

A Gol reportou no último dia 27 seu balanço financeiro referente ao segundo trimestre de 2023 e mostrou que conseguiu reverter seu prejuízo bilionário (R$ 2,8 bilhões) registrado um ano antes. O lucro líquido de R$ 556,3 milhões foi impulsionado, segundo a companhia, por maiores receitas, além de ganhos cambiais.

Mas segundo o BTG Pactual, ainda assim foi um trimestre fraco — o que era esperado — devido à tendência de uma demanda mais faca no trimestre, refletindo assim a sazonalidade do negócio.

Ainda assim, segundo relatório de resultados da Gol, é esperada uma menor capacidade para 2023, o que se justifica pelos seus clientes corporativos, que atingiram 75% dos níveis pré-pandemia.

Avião da GOL Linhas Aéreas se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro 21/03/2019 REUTERS/Sergio Moraes

Segundo analistas do BTG e do Itaú BBA, apesar do cenário ainda turbulento para a indústria de aviação, é aguardado um segundo semestre melhor devido às pressões e alavancagem de custo de combustível mais baixas – o que possibilitou o aumento das margem da aérea.

Em termos de alavancagem, a Gol reportou dívida/Ebitda de 6,7 vezes no segundo trimestre do ano, versus 7,9 vezes no primeiro trimestre.

Para o BTG, os investidores devem permanecer acompanhando a liquidez da companhia, preços de combustíveis, volatilidade cambial, além da dinâmica competitiva, segundo relatório. O banco mantém posição neutra na companhia com preço alvo de R$ 12.

Já o BBA enfatizou em relatório que a empresa e seus concorrentes estão mantendo uma estratégia racional para gerenciamento de capacidade e rendimento. E isso está permitindo que o setor apresente uma tendência de alta na lucratividade.

Mas num recorte específico para Gol, 2024 será o ano em que a companhia será sustentada pelo tráfego internacional, já que a companhia vem estreitando relacionamento com Avianca e Americam Airlines, apontou o analista Gabriel Rezende.

Destaques da Azul

Enquanto isso, a Azul, cujo balanço será conhecido pelo mercado em 10 de agosto, forneceu pistas ao divulgar números preliminares do seu tráfego, apontando forte crescimento em especial na no setor de cargas, o que foi considerado positivo por analistas do Santander.

Avião da Azul se prepara para pousar no aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro 21/1/2019 REUTERS/Sergio Moraes

O tráfego de passageiros consolidado (RPK) aumentou 15% em junho quando comparado com igual período do ano anterior. Já sua capacidade medida pela sigla ASK cresceu 12,6% em igual período, o que refletiu em uma taxa de ocupação de 80,9%, ante 79,3% um ano antes.

Mas, de acordo com a área de research do Santander, a expansão de rotas internacionais também foi destaque, apesar de se observar que o crescimento da demanda ficou ligeiramente atrás do crescimento da capacidade. Nos voos internacionais, o tráfego saltou 92,8%, enquanto a capacidade cresceu 94,2%, com a ocupação em 87,3%, segundo relatório da companhia.

Em meados de julho, a Azul informou em fato relevante uma emissão de US$ 700 milhões de em títulos de dívida sêniores com vencimento em 2028 e rendimento de cerca de 12,5% a 12,9%. A companhia apontou que pretende usar os recursos para pagamentos de dívidas pontuais existentes.

O Santander tem recomendação neutra para os papeis AZUL3.

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