Finanças
Bitcoin foi destaque de alta em mês encurtado por Carnaval; veja desempenho dos investimentos
Ativos ligados ao exterior, como bitcoin e BDRx, foram destaques de valorização mensal.
Fevereiro contou com um dia a mais em 2024, mas mesmo assim continuou sendo o mês mais curto do calendário. A pausa durante o Carnaval reduziu ainda mais os dias de negócios na B3, que também sentiu a ausência da China na chegada do Ano do Dragão. Ao final, o Ibovespa encerrou com valorização mensal de 0,99%, ficando logo atrás do pódio.
Ao menos desta vez o principal índice acionário da bolsa brasileira não foi um destaque negativo, como ocorreu em janeiro, quando ficou apenas à frente das small caps. Aliás, as ações de empresas de baixa capitalização encerram fevereiro com alta de 0,47%, quase a metade do desempenho do Ibovespa.
Na liderança neste mês, como não poderia deixar de ser, ficou o bitcoin. A criptomoeda subiu pouco mais de 45% e voltou à marca de US$ 57 mil em fevereiro, ficando menos de 20% abaixo da sua máxima histórica nominal, a US$ 69 mil, alcançada há quase três anos. O movimento provocou um “efeito manada” forte em torno das criptomoedas em geral.
“Não dá para não destacar as criptomoedas, que entregaram um resultado excelente, liderado pelo Bitcoin, que voltou ao seu melhor preço desde novembro de 2021”
Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital
Na vice-liderança, mas bem distante do primeiro colocado, ficou o índice BDRX, composto por certificados de empresas estrangeiras negociados na B3, com ganhos 6,29aaaa%. Aliás, Moura também chama a atenção para a euforia com o balanço da Nvidia (NVDC34), que entregou resultados acima do esperado, provocando um hype no setor de tecnologia.
Também merece atenção o ouro., Depois de ser o ativo mais rentável no primeiro mês de 2024, o metal precioso ficou em terceiro lugar neste mês. Aliás, a B3 decidiu prorrogar a negociação com os contratos de ouro à vista (OZ1D; OZ2D e OZ3D) até o fim de março. Inicialmente, a previsão era de que o ativo deixaria de ser negociado na volta do Carnaval, mas o prazo para encerramento foi adiado para 29/03.
Segundo a B3, a prorrogação atende ao pedido dos agentes de custódia para que seus clientes tenham mais tempo para encerrar suas posições ou retirar as barras físicas. Diante disso, fica a dúvida: será que o ouro vai continuar brilhando em março antes de ser descontinuado?
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Águas de março
Ao que tudo indica, os ativos domésticos devem ficar mais à mercê da cena local em março, depois de passar os dois primeiros meses deste ano sob a influência do cenário externo, em meio à retirada maciça de recursos dos investidores estrangeiros em janeiro e diante das incertezas sobre quando o Federal Reserve deve começar a cortar a taxa de juros dos Estados Unidos,
E o principal destaque do ambiente interno é a continuidade da queda da taxa básica de juros. Os cortes já contratados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para março e maio, de 0,50 ponto porcentual (pp), cada, tendem a favorecer o apetite por risco, mesmo se o Fed deixar para junho o início do ciclo de cortes nos EUA.
“A tendência é que com a redução da taxa Selic, haverá uma queda das despesas financeiras das empresas, o que ajuda diretamente no aumento dos resultados operacionais e, por consequência, no desempenho das companhias listadas na bolsa”
Daniel Biolo, sócio da GT Capital
Para o especialista em mercado de capitais, os ativos de risco seguem atrativos com o cenário de corte de juros no Brasil. “Esse cenário é favorável para a renda variável, principalmente ações, tanto com uma valorização do papel quanto pela estratégia em dividendos”, avalia Biolo.
Ainda assim, a renda fixa não deve ser deixada de lado, assim como os fundos imobiliários (FIIs) mesmo em cenário de juros básicos mais baixos, talvez com apenas um dígito. Enquanto o sócio da GT Capital recomenda os papéis pós-fixados e atrelados à inflação (IPCA), o economista da Matriz Capital destaca os FIIs de tijolo.
Na visão dos especialistas consultados pelo InvestNews, a diversificação sempre é importante e a composição de portfólio do investidor deve mesclar ativos mais arriscados e mais conservadores, balanceando a carteira. Afinal, “nunca se deve colocar todos os ovos em uma única cesta”.
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