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Finanças

Bolsa fecha nos 93 mil pontos com eleição americana e decepção com big techs

Ibovespa encerra outubro em baixa de 0,69%, terceiro mês consecutivo de perdas

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Péssimo dia para o Ibovespa marcado por forte volatilidade nos mercados. O índice da B3 fechou em queda de 2,72% aos 93.952 pontos nesta sexta-feira (30). O Ibovespa estava no positivo em outubro até ontem, mas com a queda desta sexta-feira fecha o mês em queda de 0,69%, terceiro mês consecutivo de perdas.

Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, a queda é fruto de alguns fatores: o primeiro é o menor fluxo de entrada de dinheiro na bolsa que ocorre tradicionalmente no fim do mês.

Isso acompanhado também do menor fluxo de operações hoje. Os investidores preferem não dormir comprados especialmente por causa do feriado na segunda-feira e as eleições americanas que ocorrem na terça-feira (3).

Em Wall Street, os balanços das big techs decepcionaram. E os investidores estão preocupados com a possibilidade de Trump contestar o resultado das eleições caso Joe Biden ganhe.

“Os números das techs americanas caíram forte afetando os mercados, com destaque para o BDR do Twitter (TWTR34) que desabou 21,6% hoje”, explica Breder.

O índice Dow Jones fechou em queda de 0,59%, S&P 500 caiu 1,15% e Nasdaq despencou 2,45%.

As bolsas na Europa tiveram um desempenho misto.

No Brasil, foi um dia ruim para as commodities como Petrobras e Vale, além dos bancos. Estas são ações com forte peso no índice e puxaram o Ibovespa para a queda. Todas as ações do índice fecharam no vermelho, com exceção de três: Telefônica (VIVT4) que subiu 0,93%, IRB Brasil (IRBR3) e Rumo (RAIL3) com alta de 0,49% e 0,05%, respectivamente.

O destaque negativo foi a taxa de desemprego que subiu 14,4% no trimestre, agora o Brasil tem 13,8 milhões de desempregados.

O dólar desvalorizou frente ao real. O dólar comercial fechou em queda de 0,47%, cotado a R$ 5,738. Na máxima do dia a moeda americana chegou a R$ 5,806.

O dólar fechou outubro acumulando alta de 2,13%, o terceiro mês seguido de ganhos. Em 2020, a valorização chega a 43%, a maior entre emergentes, e a moeda americana caiu somente em dois meses, maio e julho. No Brasil, incertezas ficais devem ajudar a manter o câmbio pressionado no começo de novembro, até que o governo revele como pretende financiar seus programas sociais em 2021.

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Destaques da Bolsa

Apenas três companhias fecharam em alta nesta sexta-feira (30). O destaque positivo foi da Telefônica (VIVT4) que avançou 0,93%.

Subiu também o IRB Brasil (IRBR3) com alta de 0,49%. Seguido da Rumo (RAIL3) que valorizou 0,05%.

No lado oposto do Ibovespa as maiores quedas foram das varejistas B2W (BTOW3) que recuou 8,97%. Seguida de Hering (HGTX3) e Via Varejo (VVAR3) que despencaram 6,90% e 5,97%, respectivamente.

Segundo Breder o efeito com a queda das techs americanas em Wall Street foi sentido nas varejistas B2W e Via Varejo.

Nesta sexta-feira (30), a B2W divulgou o seu balanço do terceiro trimestre, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 36,8 milhões reduzindo as suas perdas em 64% em comparação ao mesmo período em 2019.

A B2W apresentou uma alta de 56,2% nas vendas e uma geração de caixa de R$ 160,7 milhões.

No terceiro trimestre o GVM da companhia foi de R$7,2 milhões. E no acumulado dos nove meses de 2020 as vendas cresceram 52,8% saltando para R$ 18,53 milhões.

Apesar dos bons resultados da companhia além das perspectivas positivas para o setor de e-commerce na pandemia as ações desabaram após o balanço. Se trata de uma realização de lucros, o mercado já tinha precificado o resultado favorável da B2W neste trimestre.

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Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, pressionadas pela liquidação de ações de grandes empresas de tecnologia, que divulgaram balanços corporativos decepcionantes. O avanço galopante do coronavírus pelo mundo e as incertezas derivadas da reta final da campanha eleitoral dos Estados Unidos também ajudaram a compor o cenário de aversão ao risco.

O índice Dow Jones encerrou em baixa de 0,59%, a 26.501,60 pontos, com perda semanal de 6,47%. O S&P 500 cedeu 1,21%, a 3.269,96 pontos, em nível 5,64% menor que na última semana feira. Já o Nasdaq recuou 2,45%, a 10.911,59 pontos, caindo 5,51% na semana.

Na comparação mensal, os índices acionários registraram perdas de 4,60%, 2,76% e 2,29%, respectivamente. O índice VIX, espécie de termômetro em Wall Street, subiu 1,60%, a 38,21 pontos. No caso do Dow Jones, foi a maior queda mensal desde março.

As ações de Apple (-5,60%), Facebook (-6,31%) e Amazon (-5,45%) apareceram como destaques negativos. Embora tenham divulgado resultados acima do esperado no terceiro trimestre, as techs sinalizaram um ambiente de dificuldades para os três últimos meses do ano, o que desagradou investidores. O papel do Twitter despencou 21,11%, após a rede social revelar que o número de novos usuários desacelerou entre julho e setembro.

“Métricas de lucro e o ‘forward guidance’ serão importantes para o ímpeto do mercado e, enquanto o primeiro mostrou grandes surpresas para o positivo, o último trouxe muito mais cautela, enquanto as empresas seguem preocupadas com o impacto de longo prazo da covid-19 na demanda”, analisa a BK Asset Management.

O mau humor com as techs se juntou a preocupações a respeito da segunda onda de casos de covid-19 pelo mundo. Segundo a Universidade Johns Hopkins, os EUA tiveram 88,5 mil casos de coronavírus na quinta-feira, o maior número diário desde o surgimento da doença.

Com isso, o número de diagnósticos no país se aproxima da marca de 9 milhões. Nesse contexto, a prefeitura de São Francisco, na california, decidiu paralisar o processo de relaxamento das restrições à circulação de pessoas que começaria na próxima terça-feira.

Investidores tomaram posições também à espera da eleição americana, que acontece na próxima terça-feira. Embora o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, apareça com larga vantagem nas pesquisas eleitorais, há o temor de que o resultado fique indefinido por conta das disputas judiciais a respeito da contagem dos votos por correio.

Bolsas na Europa

 As bolsas da Europa fecharam sem sinal único nesta sexta-feira, 30, encerrando uma semana de perdas. O avanço da pandemia da covid-19, que levou a recordes no número de casos e a novos lockdowns deram um panorama negativo à região. Por outro lado, a divulgação dos dados econômicos do terceiro trimestre apresentou números positivos para a retomada. Na quinta, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou para mais estímulos à economia em dezembro.

Nesta sexta, o índice pan-europeu Stoxx 600 teve alta de 0,18%, a 342,36 pontos. Na semana, contudo, sofreu baixa de 5,58%, o que levou o índice ao menor patamar desde meados de maio.

Enquanto a atividade da França saltou 18,2% no terceiro trimestre ante o segundo, a da Espanha cresceu 16,7%, a da Alemanha, 8,2%, e a da Itália, 16,1%. Já o PIB da zona do euro cresceu 12,7% no mesmo período. Para a Capital Economics, o crescimento ‘maciço’ do PIB da França não é reconfortante à medida que o país lida com um novo lockdown. “Na verdade, esperamos que o PIB caia 2,5% ou mais no quarto trimestre frente ao terceiro”. Na mesma direção, o ING espera que o forte aumento da atividade no terceiro trimestre na Alemanha seja seguido por outra queda nos últimos meses do ano.

Em linha com as previsões, o BCE manteve sua política monetária inalterada, mas prometeu “recalibrar seus instrumentos” para “garantir que as condições financeiras permaneçam favoráveis”. Na opinião do Credit Suisse, a autoridade deixou claro que isso “significa estímulo” em dezembro.

Grande parte da atenção da região ainda é com o avanço da covid-19, com Itália e Portugal registrando novos recordes no número de casos.

A reação aos balanços das big techs americanas não foi das melhores em Wall Street, após a divulgação dos resultados na quinta, e isso também causa volatilidade no setor de tecnologia na Europa. Os papéis da Air France-KLM, por sua vez, tiveram alta de 1,01%, em dia que a companhia anunciou prejuízo líquido de 1,67 bilhão de euros no terceiro trimestre.

O BCP Millenium teve alta nas ações de 8,03%, em dia de divulgação de seu balanço e em meio a notícias sobre empréstimos do banco a um fundo de resolução para o setor bancário português.

O resultado impulsionou o PSI 20, em Lisboa, a maior alta dentre as principais bolsas europeias, em 2,12%, a 3.945,12 pontos. Na semana, a baixa foi de 4,69%. Outra importante alta foi da EDP, com 2,30%.

A variação nas outras bolsas foi menor, e em Londres o FTSE 100 fechou em ligeira baixa, de 0,08%, a 5.577,27 pontos. Com relação à última sexta-feira, a queda foi de 4,83%. Em dia de recuperação para muitas aéreas, a IAG, que controla Iberia e British Airways, teve alta de 5,88%.

Em Milão, a maior alta foi da petrolífera Saipem, em meio a publicações da empresa sobre novas diretrizes. Os papéis da companhia avançaram 8,45%, e ajudaram o FTSE MIB a ter alta de 0,40%, a 17.943,11 pontos. Na semana, a queda foi de 6,96%.

Em Frankfurt, o DAX fechou em baixa de 0,36%, a 11.556,48 pontos. Na semana, a baixa foi de 8,61%. Uma das principais empresas que pressionaram o índice foi a Volkswagen, que teve baixa nas ações de 1,45%.

Em Paris, o CAC teve alta de 0,54%, a 4.594,24 pontos. Semanalmente, a queda foi de 6,42%. O dia teve duas companhias do setor energético com altas, EDF (+1,34%) e Total (+2,75%).

Em Madri, o IBEX 35 fechou em alta de 0,63%, a 6.452,20 pontos. Em comparação semanal, a queda foi de 6,40%.

*Com Estadão Conteúdo

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