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Bolsa fecha em leve queda com petróleo e especulação sobre auxílio emergencial

Renda Cidadã deve ficar para depois das eleições municipais o que desagrada investidores; risco fiscal continua no radar do mercado

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O Ibovespa fechou em queda de 0,09% aos 95.526 pontos nesta quarta-feira (7). O índice da B3 seguiu a recuperação em Wall Street. Embora Donald Trump anunciou ontem que não levaria adiante o debate sobre estímulos econômicos com democratas até definir o segundo mandato, ele voltou atrás após reação negativa dos investidores. E avalia liberar alguns cheques, além de ser favorável ao apoio de alguns setores. Com isso as bolsas americanas fecharam em alta, Dow Jones subiu 1,91%, o S&P 500 avançou 1,74% e Nasdaq valorizou 1,88%.

Segundo Nícolas Merola, analista da Inversa o tuite de Trump puxou a recuperação dos mercados lá fora. Neste o mandatário afirma que há espaço para estímulos no setor aéreo com cerca de US$ 25 bilhões e para pequenas empresas a ajuda financeira pode chegar a US$ 125 bilhões.

O apoio ao setor aéreo também avança no Congresso americano com apoio da líder democrata Nancy Pelosi.

Há ainda expectativas com as eleições, em caso de Joe Biden ganhar, tudo indica que este deve ser menos rigoroso com gastos públicos e o debate sobre os estímulos pode ser retomado.

No Brasil, a fala do ministro da Economia Paulo Guedes sobre o fim do auxílio emergencial em 2020 acalmou alguns investidores, mas deixou no ar especulações que afetaram o índice. Ainda existe um sentimento de insatisfação com o adiamento do Renda Cidadã que deve ficar para depois das eleições municipais, aumentando as incertezas.

“O fato de Guedes afirmar que o auxílio emergencial vai até dezembro ajudou porque o auxílio é custoso para o Brasil que vive uma situação fiscal complicada”, avalia Merola. Contudo, ele reforça que o financiamento do Renda Cidadã ainda é preocupante porque não há clareza se o gasto é temporário ou pode gerar uma bola de neve que afete as contas públicas de forma permanente.

Em entrevista a Jovem Pan, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC) colocou o risco fiscal novamente na pauta, após afirmar que o Brasil precisa mostrar disciplina fiscal aos investidores estrangeiros.

O dólar comercial fechou em alta de 0,5%, cotado a R$ 5,623. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,634.

O noticiário fiscal dominou as atenções das mesas de câmbio. Primeiro, o dólar foi às máximas do dia com a notícia do portal da revista Veja de que o governo estudava prorrogar o auxílio emergencial até junho de 2021. Pouco depois, o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou esta intenção e o dólar caiu para as mínimas. Nos negócios da tarde, a moeda chegou a zerar a queda com financiamento do Renda Cidadã, que só sai mesmo após eleições.

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O índice também foi pressionado pelas ações da Petrobras seguindo a queda dos preços do petróleo. O barril Brent para dezembro recuou 1,54%, cotado a US$ 41,99 o barril. Enquanto o WTI para novembro teve queda de 1,77%, cotado a US$ 39,95 o barril.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíram 0,70% e as ordinárias (PETR3) recuaram 0,40%.

Destaques da bolsa

Entre os destaques positivos do dia o setor de siderurgia valorizou com força. Gerdau (GGBR4) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) lideraram os ganhos com altas de 3,23% e 3,19%, respectivamente. Seguidas pela Vale (VALE3) que subiu 2,64% e Usiminas (USIM5) avançou 2,62%.

Segundo o analista da Inversa essa alta do setor, que ocorreu no Brasil e também nos EUA, foi graças a uma movimentação importante na curva do minério de ferro com forte valorização “O contrato futuro do minério de ferro para outubro está próximo dos US$ 160 dólares. Antes não passava dos US$ 130, isso comprova que os patamares elevados do minério devem permanecer assim por um período maior do que esperado”, explica. O bom desempenho do setor de construção civil também justifica a alta.

No lado oposto do índice, IRB Brasil (IRBR3) continua acumulado perdas, o papel fechou em queda de 10,18%, seguido por CVC (CVCB3) e Cielo (CIEL3) que recuaram 5,76% e 5,13%, respectivamente.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta quarta-feira, 7, em alta, com o foco do mercado em possíveis estímulos direcionados ao setor aéreo nos Estados Unidos, depois que o presidente americano, Donald Trump, suspendeu as negociações com os democratas por um pacote fiscal mais amplo até depois da eleição de 3 de novembro. As ações também se fortaleceram com a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

O índice Dow Jones subiu 1,91%, a 28.303,46 pontos, o S&P 500 avançou 1,74%, a 3.419,45 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 1,57%, a 11.364,60 pontos.

“As aéreas, definitivamente, precisam de mais ajuda”, declarou o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, em entrevista à CNBC. De acordo com o assessor, Trump conversou nesta quarta-feira com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, sobre o assunto.

“O sentimento positivo foi impulsionado pela esperança de um renascimento nas negociações de estímulo dos EUA depois que o presidente Trump tuitou que estava disposto a assinar partes do projeto imediatamente”, comenta o analista Boris Schlossberg, da BK Asset Management, em referência a publicações feitas pelo presidente americano no Twitter, no fim da noite de ontem, em que defende a ajuda financeira a aéreas e outras medidas direcionadas.

“Embora os mercados tenham respondido positivamente aos comentários dele, a chance de qualquer estímulo fiscal real parece ser nula neste momento, já que o tempo e a vontade política estão ausentes”, pondera Schlossberg. Na visão dele, entretanto, os investidores do mercado acionário estão convencidos de que haverá um pacote fiscal após a eleição.

No setor aéreo, as ações da American Airlines subiram 4,31% e as da United Airlines se valorizaram 4,30%. No setor de tecnologia, Amazon avançou 3,09% e Apple ganhou 1,70%, mesmo após a divulgação de um documento em que a Câmara dos Representantes investiga a atuação dessas companhias.

Também foi divulgada hoje a ata do Fed, na qual os dirigentes reforçaram a necessidade de manter a política monetária acomodatícia.

*Com Estadão Conteúdo

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