Finanças

Bolsa desaba 10% e fecha a 66 mil pontos após novo ‘circuit breaker’

Principais índice globais e petróleo também despencaram em meio ao cenário caótico.

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O principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, teve mais um dia de fortes perdas em meio à pandemia do coronavírus, em linha com o pavor no cenário externo. O indicador voltou a ter os negócios suspensos mais cedo, pela sexta vez nos últimos oito pregões, e ficou prestes a acionar o segundo circuit breaker do dia ao cair quase 15%.

O Ibovespa fechou em queda de 10,35%, aos 66.894 pontos. Na mínima do dia, chegou a 63.546 pontos.

Nem o anúncio de um novo plano de combate à doença pelo governo federal, no fim da tarde, ajudou a anular as fortes perdas. Entre as medidas, estão a renegociação de dívidas de contribuintes com a União, ajuda de R$ 200 para autônomos e socorro a empresas aéreas.

No Brasil, os investidores esperaram, como resultado da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), um novo corte na taxa de juros acompanhando a medida tomada pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), uma das decisões mais difíceis em meio ao cenário caótico, segundo analistas.

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A moeda americana disparou nesta quarta-feira (18) frente ao real, mesmo após nova intervenção do Banco Central para frear a cotação. O dólar comercial fechou vendido a R$ 5,1955, subindo 3,90%. Na máxima do dia, chegou ao recorde de R$ 5,2384.

As bolsas da Europa fecharam em forte queda, revertendo ganhos do pregão anterior, com o pânico em torno da disseminação do coronavírus e seus impactos econômicos. Nem mesmo anúncios de estímulos econômicos de governos da região foram suficientes para melhorar o humor. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 3,96%, aos 279.48 pontos.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quarta-feira (18), enquanto os índices de Nova York, também tinham fortes perdas, mesmo após o presidente Donald Trump anunciar um arsenal de medidas de estímulo para a economia americana.

Em Nova York, o petróleo do tipo WTI para maio fechou em queda de US$ 6,50 (-23,78%), a US$ 20,98 o barril, menor valor desde abril de 1999. Já em Londres, o petróleo tipo Brent caiu US$ 3,91 (-13,40%), a US$ 24,88 o barril, cotação mais baixa desde janeiro de 2002.

Destaques da Bolsa

Apenas dois papeis negociados no Ibovespa subiram hoje. As ações da rede brasileira de supermercados Atacadão (CRFB3) valorizaram 1.97%, enquanto a BB Seguridade (BBSE3) teve alta de 0.67%.

Entre os mais negociados, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) sofriam com o tombo do petróleo e caíram ao redor de 15%, minutos antes do fechamento.

As ações das empresas relacionadas a viagens e turismo voltaram a liderar as perdas, acompanhando a tendência dos mercados internacionais. Os papeis da Smiles Fidelidade (SMLS3) recuaram 37.80%, enquanto a CVC (CVCB3) caiu 34.77%. A Azul (AZUL4) teve a terceira maior queda: 32.04%.

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