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Finanças

Bolsa fecha em alta de 1,33% com política monetária e techs

A palavra que resume o comportamento dos mercados hoje é recuperação

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Após voltar aos 95 mil pontos ontem, o Ibovespa conseguiu recuperar sua força puxado pelas ações de tecnologia em Nasdaq. O índice da B3 fechou em alta de 1,33% aos 97.012 pontos nesta quinta-feira (24).

Para Murilo Breder, analista da Easynvest a palavra que resume o comportamento dos mercados hoje é recuperação. Esta que fez o índice voltar aos 97 mil pontos após vários dias de queda. “O ritmo internacional ajudou bastante. As ações de tecnologia caíram ontem, mas se recuperaram hoje o que impulsionou o Ibovespa também”, afirma.

Os investidores procuraram segurança nas ações de tecnologia, após os dados de auxílio desemprego nos EUA superarem as expectativas. Na semana passada houve 870 mil novos pedidos, enquanto os economistas esperavam apenas 840. Wall Street reagiu negativamente a este dado, mas houve um aceno positivo ao aumento de 4,8% na venda de novas moradias em agosto.

As bolsas americanas fecharam em alta. Dow Jones e S&P 500 avançaram 0,20% e 0,30% respectivamente. Enquanto Nasdaq subiu 0,37%.

No cenário externo também repercutiu o discurso de membros do Fed. Estes apontaram que os EUA ainda não estão fora de perigo, a recuperação deve ser lenta. E o desemprego só deve voltar a níveis pré-crise em 2023.

O dólar comercial fechou em queda de 1,37%, cotado a R$5,5106. Na máxima do dia chegou a R$ 5,6237.

Ajudou no câmbio o leilão de títulos públicos feito pelo Tesouro Nacional. Este reduziu a oferta de pós-fixados (LTF), referentes ao Tesouro Selic. E aumentou os títulos pré-fixados (LTN).

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No cenário interno, Breder avalia que a grande novidade foi o Relatório Trimestral de Inflação. O Banco Central reforçou que apesar do risco inflacionário não pretende aumentar a taxa Selic. Segundo o analista, com a taxa de juros a 2% a migração dos investidores da renda fixa para renda variável se fortalece.

Outro fator interessante foi que o BC alterou a sua projeção da queda do PIB de 2020, passando de 6,4% para 5%. “Este é um dado importante, o boletim Focus já projetava uma retração de 5%, mas quando o Banco Central confirma o dado tem outro peso”, avalia.

Ajudaram no desempenho do Ibovespa, os bancos que tiveram forte alta. O Itaú (ITUB4) avançou 2,45%, o Santander (SANB11) subiu 2,73% e as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) fecharam em alta de 1,90%.

Destaques da bolsa

Entre os destaques positivos do dia está a IRB Brasil (IRBR3) que disparou 12,38%. Seguida da B3 (B3SA3) com alta de 5,51% e a PetroRio (PRIO3) que valorizou 4,73%.

Murilo Breder explica que a alta de IRB Brasil é fruto ainda da repercussão dos resultados da companhia em julho, que viram acima do esperado pelo mercado. Contudo, adverte que embora a alta seja intensa, a ação passa por um movimento especulativo e há um longo caminho para a recuperação do papel.

No lado oposto, a CSN (CSNA3) caiu 1,80%. Recuaram também a Localiza (RENT3) com baixa de 1,66%. Seguida de Minerva (BEEF3) e Suzano (SUZB3) que fecharam em queda de 1,54% e 1,35%, respectivamente.

O analista explica que companhias exportadoras como CSN, Minerva e Suzano acompanharam a queda do dólar, que ocorreu hoje por causa do leilão feito pelo Tesouro. Já a Localiza teve um movimento de correção após a companhia ter anunciando ontem a incorporação da Unidas. “Lembrando que a operação ainda precisa ser aprovada pelo Cade”, explica Breder.

Bolsas americanas

Após pregão volátil, as bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira (24), com investidores de olho nas negociações sobre uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos, em meio ao alerta de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que, sem elas, a recuperação econômica será mais difícil. A contínua desaceleração da retomada do mercado de trabalho, contudo, limitou os ganhos.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,20%, em 26.815,44 pontos, o S&P 500 avançou 0,30%, a 3.246,59,92 pontos, e o Nasdaq subiu 0,37%, a 10.672,27 pontos. As ações das gigantes de tecnologia apareceram como destaque, com Apple se valorizando 1,03%, acompanhada por Facebook (+0,20%) e Microsoft (+1,30%).

Dirigentes do Fed deram sequência hoje à maratona de discursos e entrevistas iniciada ontem. Apesar de divergências pontuais em relação à trajetória da inflação, a mensagem foi uníssona em um ponto: mais apoio fiscal é indispensável para aquecer a atividade econômica. Diante do Comitê Bancário do Senado, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, repetiu o argumento de que, sem a intervenção do Congresso, a capacidade do BC americano de impulsionar a maior economia do mundo fica limitada.

O apelo acontece em um momento em que o mercado de trabalho dá claros sinais de desaceleração. Hoje pela manhã, o departamento do Trabalho dos EUA informou que os novos pedidos de auxílio-desemprego no país registraram aumento de 4 mil na semana encerrada em 19 de setembro, a 870 mil.

Na avaliação da Pantheon Macroeconomics, o resultado é consistente com o quadro geral observado nas últimas semanas. “Diante desse pano de fundo, a necessidade de mais ação fiscal é óbvia, mas não esperamos nenhum pacote de alívio significativo até fevereiro”, analisa.

Na esteira do dado, os índices acionários em Nova York tiveram uma abertura negativa, mas oscilaram entre ganhos e perdas ao longo do pregão. Logo no início da sessão, o surpreendente avanço de 4,8% na venda de moradias novas em agosto, para 1,011 milhão de unidades, ajudou a dar um respiro aos negócios.

À tarde, sinalizações do secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, e da presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, de que estão retornando à mesa de negociações contribuíram para novo fôlego nas ações.

*Com Estadão Conteúdo

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