Finanças

Brasil recebe US$ 8,2 bi na virada do mês em meio a fluxo geral para emergentes

Em janeiro, o dólar à vista caiu 4,8% em termos nominais, e a preços desta quarta-feira a perda era ainda maior, de 6,3%.

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O Brasil contabilizou em janeiro a maior entrada líquida de dólares pelo câmbio contratado em cinco meses, e fevereiro já começou em ritmo forte, com os ingressos somando mais de US$ 4 bilhões, mostraram dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (8).

No acumulado do ano, já são US$ 5,725 bilhões em dinheiro novo que veio ao país. Em janeiro, o superávit foi de US$ 1,493 bilhão, melhor desempenho desde agosto de 2021 e uma forte recuperação, considerando que o saldo ficara negativo ao longo de quase todo o mês –até dia 26 o déficit era de US$ 2,457 bilhões.

A partir daí os ingressos ganharam força e prosseguiram com ainda mais velocidade no começo de fevereiro, que na parcial mostra entrada líquida de US$ 4,232 bilhões.

Entre o dia 27 de janeiro e 4 de fevereiro (último dado disponível), o Brasil recebeu o montante de US$ 8,181 bilhões em moeda estrangeira, com ingressos massivos pela conta financeira –por onde passam fluxos para portfólio, operações de empréstimos e remessas de lucros e dividendos, entre outros– de US$ 7,773 bilhões. A conta comercial teve saldo positivo de US$ 408 milhões.

O dólar caiu ao longo de janeiro mesmo com o fluxo negativo na maior parte do mês, mas a queda acelerou à medida que o país passou a receber recursos liquidamente e em volume cada vez maior.

Essa dinâmica tem como pano de fundo fortes fluxos para mercados emergentes neste começo de ano, em parte por investidores deixarem ativos de mercados desenvolvidos (sobretudo as ações dos EUA, avaliadas como caras por algumas métricas) em busca de rendimentos e oportunidades em praças consideradas descontadas –quesito em que o Brasil se destacou, dado o consenso de que o real operava muito desvalorizado ante os fundamentos e de que a bolsa brasileira estava barata.

Em janeiro, o dólar à vista caiu 4,8% em termos nominais, e a preços desta quarta-feira a perda era ainda maior, de 6,3% –a cotação estava em torno de R$ 5,22 nesta sessão.

E o principal índice das ações brasileiras saltava 7,4% em reais neste começo de ano, enquanto em dólar a alta era de 14,5%. Na B3, o fluxo líquido de estrangeiros para as ações já se aproxima de 39 bilhões de reais.

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