Finanças

Dólar fecha a R$ 5,13, em alta de mais de 2%

Aversão ao risco com o aumento de casos confirmados do novo coronavírus prevaleceu como fator de instabilidade.

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Depois de duas quedas seguidas na semana passada, o dólar voltou a subir com força nesta segunda-feira (23), mesmo após o BC brasileiro e o Fed (BC dos EUA) terem anunciado novas medidas de estímulo. A aversão ao risco com o aumento de casos confirmados do novo coronavírus prevaleceu como grande fator de instabilidade.

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O dólar comercial fechou negociado em R$ 5,1385, subindo 2,21%

A moeda americana fechou na sexta-feira vendido a R$ 5,0260, acumulando alta de 4,43% na semana. No mês, ainda não acabado, a alta acumulada é de 12,16%. E em 2020, chega a mais de 25%.

Medidas dos BCs

O Banco Central brasileiro (BC) anunciou nesta segunda a redução do compulsório (reserva obrigatória que os bancos devem fazer) sobre recursos a prazo, de 25% para 17%. Com isso, a expectativa é de que sejam liberados às instituições financeiras R$ 68 bilhões a partir do dia 30 de março.

“Em 14 de dezembro, caso a economia tenha atravessado a pandemia do Covid-19, a alíquota do compulsório sobre recursos a prazo será recomposta ao patamar anterior de 25%”, informou o BC.

De acordo com o BC, a medida é temporária e “tem o objetivo de aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional”. “A decisão faz parte do conjunto de ações adotadas pelo BC para minimizar os efeitos do coronavírus (Covid-19) sobre a economia brasileira”.

O Federal Reserve (banco central americano) expandiu seus programas de crédito para liberar recursos para os mercados. Segundo o órgão, as compras de títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) e títulos hipotecários anunciadas na semana passada são ilimitada, enquanto o Fed comprará US$ 375 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 250 bilhões em títulos hipotecários.

As novas quedas aconteceram em meio a um impasse em torno de um pacote de resgate trilionário proposto pelo governo dos EUA e à medida que o avanço da pandemia de coronavírus força governos a ampliar medidas de confinamento, comprometendo cada vez mais a perspectiva da economia global.

Ontem, o governo Trump falhou em aprovar no Senado americano um pacote de estímulos no valor de US$ 1,3 trilhão, destinado a amenizar os efeitos adversos do coronavírus. Há expectativa, porém, de que a proposta volte a ser apreciada nesta segunda.

Além disso, a propagação do coronavírus manteve ritmo acelerado no fim de semana, com o total de casos e mortes no mundo ultrapassando 300 mil e 14 mil, respectivamente. Como resultado, governos endureceram medidas de confinamento, numa tentativa de desacelerar o avanço da doença.

Medida trabalhista revogada

O presidente Jair Bolsonaro revogou o artigo 18 da MP 927, que permitia a suspensão do contrato de trabalho por até 4 meses sem salário.

O Artigo 18 previa que, durante o estado de calamidade pública, o contrato de trabalho poderia ser suspenso por até quatro meses, para participação do empregado em curso de qualificação profissional não presencial, oferecido pela empresa ou por outra instituição. Essa suspensão poderia ser acordada individualmente com o empregado e não depende de acordo ou convenção coletiva.



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