Finanças

Dólar fecha a R$ 5,52 após rumor sobre saída de Moro e falha em remédio

Ibovespa recuou 1,26% apesar da forte alta do Petróleo, após notícia de que o remédio que poderia ajudar a tratar a Covid-19 não apresentou bons resultados.

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O dólar bateu um novo recorde frente ao real, mesmo após o anúncio de intervenção do Banco Central, enquanto a Bolsa brasileira caiu, após uma alta de mais de 2% na véspera. Pesaram os rumores sobre a possível saída de Moro do ministério da Justiça, enquanto o mercado reagiu mal à notícia de que um possível remédio contra a Covid-19 teve resultados ruins. Mais cedo, o viés era positivo com a disparada do petróleo.

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O principal índice da B3, o Ibovespa, caiu 1,26%, aos 79.673 pontos. Já o dólar comercial fechou vendido a R$ 5,5278, subindo 2,18%.

O mercado repercutiu rumores de que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, teria pedido demissão caso o presidente Jair Bolsonaro demitisse um diretor da Polícia Federal. Mas o viés já era negativo desde que documentos divulgados por acidente nesta tarde pela Organização Mundial da Saúde mostraram que o remdesivir, esperança de cura para a Covid-19, não gerou o resultado esperado.

Pela manhã, o Banco Central (BC) anunciou uma injeção de liquidez de US$ 500 milhões via leilão de swap cambial. Ainda assim, o dólar apenas desacelerou a alta. Os investidores precificaram possível corte agressivo da taxa Selic em maio e incertezas fiscais e políticas no Brasil.

As ações do Congresso e do Supremo Tribunal Federal contrárias a propostas defendidas pelo governo Bolsonaro e a percepção de “fritura” do ministro da Economia, Paulo Guedes, apoiaram a cautela.

Destaques da Bolsa

Entre as blue chips, o destaque negativo ficou para as ações de bancos, com perdas entre 1,22% do Santander (SANB11) e 2,88% do Bradesco (BBDC3) no fechamento da sessão, enquanto o desempenho favorável de Petrobras e Vale contribuiu para mitigar a correção do dia. A mineradora (VALE3) subiu 1,42%. Na ponta de alta do Ibovespa, Suzano (SUZB3) ganhou 3,83%, beneficiada pelo dólar alto.

Após a decisão da nova diretoria executiva da IRB Brasil de retirar o conjunto de metas para 2020, as ações da companhia lficaram entre as maiores quedas na B3 nesta quinta-feira. As ações da IRB Brasil (IRBR3) caíam ao redor de 8,5%, perto do horário de fechamento.

O sinal de reabertura econômica em algumas regiões do país trouxe de volta o otimismo, sobretudo ao setor varejista. No mesmo horário, a empresa de shoppings centers, Iguatemi (IGTA3) também viu suas ações subirem quase 4%.

Sofrendo o que alguns analistas consideram a tempestade perfeita, com condições de resistir a fortes quedas na geração de caixa, a Petrobras permaneceu estratégica na crise do petróleo. As ações ordinárias (PETR3) subiram 0,99% e as preferenciais (PETR4), focadas em dividendos, tiveram leve queda de 0,42%.

Os contratos de petróleo registraram ganhos consideráveis, após fortes quedas recentes. Analistas, porém, comentam que não se deve esperar grande impulso no futuro próximo nos mercados. O petróleo WTI para junho fechou em alta de 19,74%, a US$ 16,50 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 4,71%, a US$ 21,33 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Dados dos Estados Unidos

Os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos tiveram queda de 810 mil na semana encerrada em 18 de abril, para 4,427 milhões, segundo dados com ajustes sazonais publicados hoje pelo Departamento do Trabalho do país. O número na casa dos milhões, contudo, evidencia que a pandemia de coronavírus continua tendo forte impacto na economia americana,

O total ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 4,3 milhões de solicitações. Já o número da semana anterior (até 11 de abril) foi ligeiramente revisado para baixo, de 5,245 milhões para 5,237 milhões de pedidos.

Bolsas globais

As Bolsas da Europa fecharam em alta, acompanhando a melhora nos mercados financeiros globais em meio à recuperação dos preços de petróleo, após um início de semana caótico. Apesar da divulgação de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) negativos, o Spoxx 600 encerrou em alta de 1,01%, a 333.48 pontos, com balanços corporativos das empresas também influenciando os negócios.

Os ganhos foram generalizados em todos os setores, mas os papéis ligados à área da energia tiveram destaque, com a BP, por exemplo, avançando 2,20% em Londres.

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, à medida que o petróleo continuou se recuperando durante a madrugada após sofrer quedas históricas no começo da semana.

O índice japonês Nikkei subiu 1,52% em Tóquio hoje, a 19.429,44 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,98% em Seul, a 1.914,73 pontos, o Hang Seng se valorizou 0,35% em Hong Kong, a 23.977,32 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,57% em Taiwan, a 10.366,51 pontos.

Os mercados da China continental, por outro lado, tiveram perdas moderadas hoje. O Xangai Composto recuou 0,19%, a 2.838,50 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composite caiu 0,50%, a 1.763,03 pontos.

*Com Estadão Conteúdo

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