Finanças

Dólar tem leve alta frente ao real após dados de inflação de Brasil e EUA

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Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar passou a subir frente ao real nesta terça-feira, em sessão marcada por vaivém após dados de inflação de Brasil e Estados Unidos, que precedem os encontros de política monetária da semana que vem de seus respectivos bancos centrais.

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos aumentaram de forma sólida em fevereiro, em meio a custos mais altos de gasolina e moradia, sugerindo alguma rigidez na inflação, mostraram dados nesta manhã.

O índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, depois de ter avançado 0,3% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, os preços ao consumidor aumentaram 3,2%, de 3,1% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% no mês e de 3,1% na base anual.

“Fundamentalmente, dados muito acima do esperado poderiam valorizar o dólar, pois trariam indicativos de que o Fed poderia adiar o corte de juros precificado para junho, e o contrário também seria verdadeiro”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

“A reação leve de curto prazo (do dólar frente ao real) nos sugere que o mercado entende que, mesmo levemente acima, a discrepância não foi o suficiente para fazer preço e que a trajetória da inflação segue, em algum grau, controlada.”

Na semana que vem, o Federal Reserve se encontra para definir a política monetária. Os dados desta sessão não alteraram as apostas de mercado de que o banco central manterá sua taxa básica de juros até um primeiro corte em junho.

Às 10h15 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,1%, a 4,9835 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,01%, a 4,9855 reais na venda.

A moeda norte-americana chegou a cair brevemente após a divulgação dos dados norte-americanos, mas logo passou a operar com ganhos moderados conforme investidores digeriam a inflação um pouco acima do esperado.

No exterior, o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,27%, a 103,070.

Enquanto isso, a inflação brasileira acelerou mais do que o esperado em fevereiro e atingiu o nível mais alto em um ano diante da pressão sazonal dos custos da educação, informou o IBGE nesta terça-feira. Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,83%, acelerando a alta de 0,42% em janeiro e acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,78% no mês.

Embora a alta de educação seja sazonal, os custos de serviços vêm sendo acompanhados de perto pelo Banco Central para a condução da política monetária, em um ambiente de mercado de trabalho resiliente que tende a elevar os gastos dos consumidores.

O BC também se reúne na semana que vem para decidir o patamar dos juros, com ampla expectativa de novo corte de 0,50 ponto percentual da Selic, a 10,75%.

Na véspera, a divisa norte-americana à vista fechou em leve baixa de 0,06%, a 4,9787 reais na venda.

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