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Dólar teria que alcançar R$ 7,68 para bater o recorde de 2002

Moeda alcançou seu maior valor em outubro de 2002, considerando a inflação.

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O dólar alcançou um novo recorde nominal nesta sexta-feira (7), ao fechar negociado a R$ 4,3210. Nas casas de câmbio, a cotação chegou a quase R$ 4,80 com a compra pelo cartão pré-pago. Mas quando se considera a inflação do período, ainda falta muito para a moeda superar seu verdadeiro recorde.

O valor que superaria a máxima histórica batida em 22 de outubro de 2002 precisaria ser de R$ 7,68, hoje, segundo cálculo do economista Samy Dana. Naquele período, o país atravessava o que o mercado chamava de “risco Lula”, quando o ex-presidente estava perto de ser eleito para seu primeiro mandato.

Para chegar a este valor, Samy aplicou as inflações oficiais do Brasil e dos Estados Unidos até os dias de hoje. “Em termos reais, ao sentir o peso da economia, a conta que deve ser feita é a inflação brasileira descontada pela inflação americana”, explica. Com isso, foi possível comparar o poder de compra nos dois mercados.

Desde 2002, a inflação brasileira superou, em muito, a americana. Em outras palavras, já estivemos mais “ferrados” no passado quando se trata de comprar dólar do que nos dias atuais.

Por que a moeda disparou?

O dólar vem se fortalecendo frente a várias moedas internacionais. Ou seja, desta vez não foi o real que ficou mais fraco. Foi a valorização da moeda americana que fez a cotação disparar.

A alta da moeda acontece em meio à saída recorde de dinheiro estrangeiro da bolsa brasileira. Desde o começo do ano, mais de R$ 23 bilhões de recursos gringos deixaram o país. Essa saída ajuda a pressionar o dólar para cima.

Um dos motivos que vêm afastando esse investidor é o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, o chamado carry trade. Essa prática consiste em tomar dinheiro a juros mais baixos em um país e aplicá-lo em mercados onde os juros são maiores.

Enquanto os EUA mantiveram sua taxa de juros na semana passada, o Brasil cortou novamente a Selic, agora para 4,25% ao ano, seu novo piso histórico. Isso torna o país menos atrativo para o investidor estrangeiro.

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