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Estrangeiros continuam fugindo de ações brasileiras e sangria já soma R$ 3 bi em 2025

Gráfico de linhas mostrando a queda de 0,50% no índice Brazil 50, com uma figura humana desfocada em frente à tela exibindo variações de preços e logotipos de empresas na parte inferior.

Tela de cotações da B3 em São Paulo. Foto: REUTERS/Carla Carniel

Os investidores estrangeiros continuam retirando dinheiro do mercado de ações brasileiro conforme os crescentes riscos fiscais e o aumento das taxas de juros diminuem a perspectiva para ações locais.

Estrangeiros retiraram cerca de R$ 3 bilhões da bolsa nas três primeiras sessões do ano, de acordo com dados da B3. Eles já haviam retirado R$ 32,1 bilhões no ano passado, o maior valor desde a pandemia de 2020.

Os ativos locais ficaram para atrás de todos os principais pares em 2024, com o real em queda de 21% em relação ao dólar e o Ibovespa caindo mais de 10% — uma derrocada que eliminou mais de R$ 1,77 trilhão em valor de mercado do índice.

As preocupações em torno do crescente déficit orçamentário do país, que se acelerou em novembro quando um pacote fiscal muito aguardado pelo mercado decepcionou os investidores, afetaram as expectativas de inflação. Isso forçou o Banco Central a subir as taxas de juros. Os analistas agora veem a Selic subindo para 15% até o final do ano, diminuindo ainda mais o apelo das ações, mesmo com os valuations caindo para o menor nível em relação ao benchmark de mercados emergentes em quase 20 anos.

“As incertezas fiscais podem prejudicar o retorno para ações neste ano e o mercado já está precificando isso”, disse Isabel Lemos, gestora de renda variável da Fator Administração.

Alguns bancos como Morgan Stanley, JPMorgan e HSBC recentemente rebaixaram as ações brasileiras diante dos maiores riscos fiscais.

Em uma nota divulgada na semana passada, o HSBC citou o ambiente “tóxico” do Brasil com altas taxas de juros, moeda fraca e crescimento mais lento, nomeando o país como uma armadilha de valor “clássica”. Morgan Stanley citou preocupações sobre o compromisso do governo em controlar os gastos públicos, tornando a perspectiva para o mercado de ações incerta, mesmo com os valuations permanecendo baratos.

A piora das perspectivas do Brasil também ocorre em um momento desafiador para os mercados emergentes. Perguntas sobre os cortes de taxas do Fed, as políticas do governo do Donald Trump, e as preocupações sobre a economia da China estão pesando sobre a classe de ativos.

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