Finanças
Family office cria fundo para brasileiros de olho em imóveis nos EUA
Grupo de investidores pretende levantar US$ 30 milhões para permitir acesso ao mercado imobiliário do ‘Sun Belt’.
Um grupo de investidores liderado por um family office planeja levantar um fundo de US$ 30 milhões para permitir que brasileiros acessem o mercado imobiliário dos EUA na região de rápido crescimento do “Sun Belt”.
Thiago Pestana, gestor de fundos no Pestana Capital, em Miami, fechou uma parceria com Cesar Viana e sua empresa imobiliária SuccessPar para criar o fundo, aberto a investidores onshore e offshore por meio de uma estrutura com sede nas Bahamas.
Chamada de SP2 Investments, a parceria vai aplicar os recursos por meio da oferta de hipotecas, compra de imóveis em leilão para revenda e construção de unidades multifamiliares e outras propriedades, disseram Pestana e Viana em entrevista.
“Tem perfis que o banco não olha, e é um bom pagador. A gente dá crédito para esse cara, que tem patrimônio, renda e, por alguma razão, não tem crédito”, disse Pestana.
Com a migração de americanos de cidades como Nova York, Chicago e São Francisco para o sul dos EUA —incluindo Flórida e Texas — investidores de lugares tão distantes quanto o Brasil são atraídos pela oportunidade de lucrar com a valorização contínua dos preços dos imóveis. Os investidores do fundo SP2 Investments devem esperar obter retornos anuais de cerca de 10% em dólar após taxas, disse Pestana.
Pestana já concedeu cerca de 42 empréstimos a particulares para a compra de imóveis nos EUA. O Banco do Brasil Americas vai oferecer parte do financiamento e manter alguns empréstimos como garantias.
Parte do dinheiro vem do Pestana Capital, o family office, e os sócios se reuniram recentemente com dezenas de potenciais investidores no Brasil para apresentar o fundo. A primeira captação é muito pequena para alguns grandes fundos e family offices, que podem injetar capital mais tarde, depois de ver os resultados iniciais, disseram.
“Muitas famílias e investidores tiveram acesso a ‘real estate’ nos EUA de maneira errada, comprando uma casa em Orlando e colocando para alugar, e nunca fechava as contas, nunca deu dólar, só dor de cabeça, e quem fica com o dinheiro é o gestor da propriedade”, disse Viana.
“Então, tem muitos modelos errados, estamos fazendo realmente um investimento imobiliário, e um ativo imobiliário, só que profissional.”
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