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Fundador da FTX é solto após fiança milionária – mas ele tem esse dinheiro?

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O acordo de fiança do fundador da FTX Sam Bankman-Fried, no valor de US$ 250 milhões, não significa que o magnata cripto arruinado tenha o dinheiro. Ele foi preso nas Bahamas na semana passada, depois que promotores dos EUA apresentaram acusações criminais.

O bilionário é acusado por conduta imprópria enquanto CEO da FTX – a segunda maior corretora cripto antes de colapsar e entrar com pedido de falência.

De onde vem a fiança de US$ 250 milhões

Na audiência de liberdade condicional de Bankman-Fried na quinta-feira (22), no tribunal federal de Manhattan, tanto a acusação quanto a defesa concordaram que os ativos do ex-bilionário “diminuíram significativamente”. Bankman-Fried disse que pode ter apenas US$ 100.000.

Sam Bankman-Fried, fundador e CEO da FTX, durante uma entrevista em um episódio da Bloomberg Wealt

A fiança aprovada pelo juiz, uma das maiores da história nos EUA, foi garantida pela casa dos pais de Bankman-Fried em Palo Alto, na Califórnia, que certamente não vale nem perto desse valor. 

Nos EUA, títulos de fiança superdimensionados são mais um meio de estabelecer duras consequências financeiras no caso de uma quebra do acordo de liberdade condicional, e geralmente são lastreados por ativos que valem apenas cerca de 10% do valor nominal.

O valor dos títulos também sinaliza a gravidade do crime, e o promotor federal Nicholas Roos destacou isso no tribunal.

“O sr. Bankman-Fried perpetuou uma fraude de proporções épicas, roubando bilhões de clientes, credores e fraudando investidores”, disse Roos.

Caso Tom Barrack

O valor da fiança se iguala ao imposto a Tom Barrack, fundador da Colony Capital, que foi absolvido no mês passado das acusações de que tentou ilegalmente influenciar a política dos EUA como agente dos Emirados Árabes Unidos.

Ainda é muito menos do que a fiança recorde de US$ 3 bilhões para Robert Durst, herdeiro de um império imobiliário acusado de assassinato no Texas.

Além de Bankman-Fried e seus pais, a fiança deve ser assinada por duas outras pessoas com “recursos consideráveis”, uma das quais não pode ser um parente, até 5 de janeiro, disse o juiz. Não está claro se Bankman-Fried já garantiu os outros signatários. Um porta-voz de Bankman-Fried não quis comentar.

Mas se os signatários não se apresentarem até o prazo de janeiro, isso não significa necessariamente que o fundador da FTX terá que aguardar seu julgamento atrás das grades.

O juiz Gabriel Gorenstein, que aprovou a liberdade condicional de Bankman-Fried na quinta-feira, já lidou anteriormente com outro réu célebre que não conseguiu encontrar duas pessoas além de sua esposa e irmão para assinar uma fiança de US$ 10 milhões: Bernard Madoff.

No caso de Madoff, Gorenstein modificou a ordem para dispensar a exigência de signatários adicionais. Madoff acabou se declarando culpado de acusações de fraude cerca de três meses depois.

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