Finanças
Goldman Sachs prevê mais perdas para bolsas dos EUA em 2023
Demanda por investimentos em renda variável entre famílias, a maior fonte de compras de ações desde 2020, ficou ligeiramente negativa no segundo trimestre.
Estrategistas do Goldman Sachs dizem que famílias e estrangeiros podem vender ações dos EUA avaliadas em US$ 100 bilhões no próximo ano, depois de compras líquidas de valor semelhante em 2022.
A demanda por investimentos em renda variável entre famílias, a maior fonte de compras de ações desde 2020, ficou ligeiramente negativa no segundo trimestre, escreveram estrategistas como David J Kostin em nota na sexta-feira. Os “valuations” comparativamente altos de ações de companhias dos EUA e uma economia em desaceleração devem impulsionar as vendas líquidas de investidores estrangeiros, acrescentaram.
Dados do serviço de prime brokerage do Goldman também mostram que a alavancagem líquida dos hedge funds caiu 20 pontos percentuais este ano, para 65%, e fundos mútuos aumentaram alocações em dinheiro no ritmo mais rápido desde 2009, escreveram Kostin e equipe. Eles estimam que fundos mútuos venderão US$ 300 bilhões em ações dos EUA no próximo ano, em comparação com cerca de US$ 350 bilhões em 2022.
“As posições em ações dos investidores permanecem elevadas em relação a um histórico de longo prazo e prevemos mais vendas em 2023”, mesmo que hedge funds, fundos mútuos e traders de varejo tenham reduzido sua exposição a ações na onda vendedora deste ano, escreveram.
No mês passado, o banco de investimento dos EUA cortou a meta de fim de ano para o índice S&P 500 a 3.600 e reduziu para “underweight” (abaixo da média do mercado) a recomendação para as ações globais no curto prazo, juntando-se a um crescente coro de investidores que preveem mais perdas para a classe de ativos devido ao aumento dos rendimentos reais e perspectivas de uma recessão.
Empresas nos EUA serão a maior fonte de demanda em renda variável em 2023, embora em ritmo mais lento do que 2022, com a compra potencial de ações no valor de US$ 500 bilhões devido a fortes recompras e emissões em baixa, escreveram Kostin e equipe. Fundos de pensão também podem comprar ações avaliadas em US$ 200 bilhões no próximo ano, acrescentaram.
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