Finanças

Ibovespa cai mais de 1%, puxada por exterior; dólar bate R$ 5,14

Alta da moeda americana é a maior nos últimos seis meses

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O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (12), influenciado pelo pessimismo em Wall Street e por uma aversão global ao risco. O dólar fechou a R$ 5,1213 reais, depois de ter atingido R$ 5,1496 durante o dia. Na B3, o destaque ficou para as ações da Prio, que subiram 2,13%. 

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,18%, a 125.894,04 pontos, acumulando declínio de 0,71% na semana, segundo dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 127.639,90 pontos. Na mínima, a 125.635,13 pontos.

Dólar

O dólar fechou em alta frente ao real, registrando forte valorização semanal, em linha com o exterior e no maior patamar em cerca de seis meses depois que dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos minaram apostas de que o afrouxamento monetário do Federal Reserve poderia começar neste semestre.

A moeda norte-americana à vista avançou 0,60%, a R$ 5,1213 na venda. Embora tenha se afastado do pico do dia, quando subiu mais de 1%, a R$ 5,1496, o dólar ainda marcou seu maior patamar de encerramento desde 9 de outubro de 2023 (R$ 5,1315).

Em relação a sexta-feira da semana passada, o dólar ganhou 1,11%, terceiro ganho semanal consecutivo e o mais intenso desde janeiro deste ano.

Dados de quarta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor dos EUA aumentou 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em fevereiro. Nos 12 meses até março, o índice aumentou 3,5%. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 3,4% na base anual.

Nem mesmo um relatório separado, mostrando que o índice de preços ao produtor dos EUA subiu menos do que o esperado em março, conseguiu aplacar o pessimismo do mercado, que não vê mais chances relevantes de um primeiro corte de juros pelo Fed neste semestre.

Queda no juro fica mais distante

As apostas do mercado em um corte de juros pelo Fed em junho caíram para 25,8%, abaixo dos 53,2% da semana passada, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.

Adicionando lenha à fogueira, o presidente do Federal Reserve de Kansas City, Jeff Schmid, disse nesta sexta-feira que o banco central dos Estados Unidos não deveria estar avaliando cortes na taxa de juros neste momento, porque a inflação continua acima de sua meta de 2% e o mercado de trabalho é forte.

Por outro lado, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que as leituras do índice de preços ao consumidor norte-americano, que continuam altas, são preocupantes, mas ele continua concentrado em como o índice PCE, o indicador de inflação preferido do Fed, se comporta.

A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, disse que espera alguns cortes nas taxas de juros este ano, embora a inflação possa levar algum tempo para retornar ao nível desejado.

Quanto menos o Fed cortar os juros, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano — já interessante por ser extremamente seguro — seguem mais altos.

“Os fundamentos externos estão se tornando mais desafiadores e agem na direção de maior pressão na moeda, com manutenção do cenário de dólar forte e adiamento dos cortes de juros nos Estados Unidos, ainda que seja parcialmente compensado por uma Selic mais alta”, disse em relatório Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

O banco piorou suas projeções para o nível do dólar ao final deste ano e do próximo a 5 reais e 5,20 reais, respectivamente, contra 4,90 e 5,10 esperados antes.

Márcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX, destacou nesta sexta-feira o fato de o dólar já ter se distanciado muito de sua média móvel de 200 dias – indicador técnico importante que está atualmente próximo de 4,93 reais –, o que pode explicar também sua recuperação recente e sinalizar uma tendência desanimadora para o real à frente.

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