Finanças
Ibovespa fecha em leve alta, puxado por Vale; dólar sobe
Investidores acompanham posicionamento do Fed sobre inflação e recuperação econômica.
O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa, teve novamente um dia de sobe e desce nesta quarta-feira (7) e terminou o dia em leve alta, puxado pelo avanço da Vale (VALE3). Já o dólar subiu sobre o real. Os investidores repercutiram um cenário externo cauteloso, na espera da última ata da reunião do Federal Reserve (Fed), enquanto monitoram ainda os impasses sobre o Orçamento brasileiro.
O Ibovespa subiu 0,11%, aos 117.624 pontos. Durante o pregão, alcançou 118.303,28 pontos no melhor momento. Na mínima, atingiu 116.747,95 pontos. dólar avançou 0,74%, a R$ 5,6404. Veja mais cotações
Para analistas da Ágora Investimentos, o mercado brasileiro pode mostrar certa instabilidade diante do impasse sobre o Orçamento de 2021 e avanço da pandemia.
O Brasil superou pela primeira vez a marca de 4 mil mortes por covid-19 em um único dia, registrando na terça-feira um recorde de 4.165 óbitos, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 336.947.
Em comentários a clientes, o BTG Pactual vê chance de o Ibovespa buscar novos patamares perto dos 120 mil pontos se o clima favorável a ativos de risco em todo o mundo continuar, mas observa um mercado com pouco volume e muito giro em carteiras,
“Ainda temos muitas incertezas pela frente, o que inibe uma melhor performance do Ibovespa”, ponderou nota enviada pela área de gestão de recursos do banco.
Cenário externo
A piora dos mercados à tarde coincidiu com a divulgação de detalhes sobre o plano do governo do presidente norte-americano, Joe Biden, para o sistema tributário. O tema tem deixado investidores tensos, com a Casa Branca defendendo aumento de impostos corporativos e em busca de um acordo sobre uma alíquota mínima global de tributo sobre empresas.
O dia é marcado ainda pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed, banco central dos EUA. O mercado segue atento a possíveis pistas sobre as avaliações do BC norte-americano sobre a retomada da economia e eventuais dicas acerca de qualquer pensamento sobre redução de estímulos.
Destaques da bolsa
A ação preferencial do Bradesco (BBDC4) perdeu 1,09% e Itaú (ITUB4) recuou 0,88%, mais uma vez pesando do lado negativo, diante de impasses relacionados ao Orçamento e receios fiscais, além de preocupações sobre eventual aumento na tributação do setor. Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 0,64%.
Já a Vale (VALE3) avançou 2,46%, renovando máximas históricas e chegando a superar 105 reais no melhor momento. Os setores de mineração e siderurgia fecharam em alta, após os futuros de referência do minério de ferro na Ásia subirem, com preços recordes do aço na China. A Anfavea também divulgou alta na produção de veículos no Brasil em março.
O IRB BRASIL (IBRR3) fechou em alta 2,30%, após a Superintendência de Seguros Privados (Susep) encerrar fiscalização especial sobre a companhia aberta no ano passado sobre insuficiência de ativos garantidores das provisões técnicas. Na máxima do dia, o papel subiu quase 9%.
Na maior alta do dia, a petroquímica Braskem (BRKM5) valorizou-se 5,95%, dando continuidade ao movimento de alta recente, em meio à avaliação no mercado de que a empresa está bem posicionada para aproveitar a sólida demanda por produtos petroquímicos, com o movimento de desalavancagem e o progresso contínuo nas frentes de Alagoas e México também sendo potenciais catalisadores para a ação.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street permaneceram quase inalterados, com o índice S&P fechando ligeiramente em alta depois que o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) divulgou ata de sua reunião mais recente na qual reforçou a posição de permanecer paciente antes de aumentar os juros.
Os principais índices mantiveram-se quase inalterados durante a maior parte do dia, mas o S&P 500 subiu brevemente para uma máxima da sessão após a ata, na qual autoridades do Fed disseram que provavelmente levará “algum tempo” para um progresso substancial nas metas de pleno emprego e preços estáveis.
O mercado acionário europeu também ficou praticamente estável, pouco abaixo de máximas recordes, com os papéis de saúde entre as maiores perdas, enquanto o otimismo sobre a vacinação e a libra mais fraca ajudaram as ações do Reino Unido a se destacarem.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,91%, a 6.885 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,24%, a 15.176 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,01%, a 6.130 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,08%, a 24.740 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,43%, a 8.597 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,23%, a 5.025 pontos.
Os principais índices acionários da China recuaram nesta quarta-feira com as empresas de consumo pressionando o mercado, uma vez que os investidores continuam preocupados de que dados econômicos fortes podem levar a um possível aperto da política monetária.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,12%, a 29.730 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,91%, a 28.674 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,10%, a 3.479 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,71%, a 5.103 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,33%, a 3.137 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,45%, a 16.815 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,37%, a 3.195 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,61%, a 6.928 pontos.
* Com informações da Reuters