Finanças

Morning Call: 7 de setembro abre a temporada de instabilidade; Ibovespa recua

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

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Cenário global e bolsa de valores

Hoje, no cenário externo, o viés é de cautela e os motivos são os mesmos de sempre; preocupações com o ritmo da recuperação econômica em meio às preocupações com o impacto do aumento das infecções pela variante Delta do coronavírus. Este sentimento do mercado mais contido faz com que o dólar suba nas máximas de uma semana conforme os investidores reduzem a exposição aos ativos de risco. 

As bolsas europeias operam em queda consistente nesta quarta-feira, maior recuo diária em três semanas, antes da reunião do Banco Central Europeu, amanhã. O mau humor em relação a este tema sensível em momento ainda delicado da economia global, é causado pela expectativa de que o BCE anuncie uma redução na compra de títulos, prevendo que as aquisições sob o Programa de Compra de Emergência da Pandemia possam cair para até 60 bilhões de euros por mês, ante atuais 80 bilhões de euros. Porém, também se espera que as autoridades com posicionamento mais expansionista “dovish”, destaquem que outras ferramentas serão fortalecidas. Mas, este movimento negativo também precifica as perdas na véspera do índice S&P 500, de Wall Street, e queda das bolsas asiáticas mais cedo devido às preocupações com o ritmo lento da recuperação econômica global. Papéis de empresas de serviços financeiros, montadoras, petróleo e gás e bancos lideravam as quedas, enquanto as ações de viagens apresentavam as menores perdas.

O contrato futuro do S&P 500 caía 0,07%, a 4.516 pontos; O índice pan-europeu STOXX 600 tinha queda de 0,70%, a 469,57 pontos; O petróleo tipo Brent em Londres avançava 1,12%, a 72,49 dólares por barril; Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,89%, a 30.181 pontos; Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,12%, a 26.320 pontos; Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,04%, a 3.675 pontos.

Cenário no Brasil

Iniciamos a quarta-feira pós-manifestações, que felizmente não registraram conflitos e nem a participação ostensiva de policiais militares, o risco mais temido. Mas, as falas do presidente em Brasília e em São Paulo, reforçando as ameaças de ruptura, não só aprofundam a crise político-institucional, como sinalizam que Bolsonaro pretende sustentar o ambiente instável até onde puder, o mercado já reage de forma ruim neste segundo semestre e a confiança do investidor, se é que existe, enfraquece cada vez mais. Diante disso, o dia vai girar em torno das reações do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) às declarações do presidente Jair Bolsonaro e dos seus apoiadores. O presidente do STF, Luiz Fux, deve fazer pronunciamento no início da sessão da corte nesta quarta-feira, já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), suspendeu todas as sessões do plenário e de todas as comissões da Casa nesta quarta e na quinta, e também pode se pronunciar, bem como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participará de conferência promovida pelo Credit Suisse.

Ibovespa

No pregão de segunda-feira, pré-feriado de 7 de setembro no Brasil, o Ibovespa fechou em alta, com ajustes, após cair mais de 3% na semana passada, mas o volume negociado foi reduzido sem a referência de Wall St e certa cautela antes do feriado brasileiro na terça-feira. O índice avançou +0,8%, a 117.868,63 pontos, com volume financeiro bem abaixo da média, de R$ 16 bilhões. O IBOV começa a ameaçar a sua tendência de alta no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos, porém um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos e por último os 117 mil pontos, além disso segue se consolidando abaixo da média móvel curta (21 períodos). No acumulado de setembro, o investidor estrangeiro ingressou com R$ 1,46 bilhões; no ano, o saldo é positivo em R$ 48,57 bilhões; Em 10 pregões, o total foi de R$ 1,26 bilhões (6 positivos e 4 negativos). Pelo lado negativo no fluxo de venda estão os investidores domésticos, institucionais e pessoas físicas.  

Indicadores econômicos e eventos
FGV: IGP-DI de agosto (8h)
FGV: IPC-S da 1ª quadrissemana de setembro (8h)
Anfavea: Produção de veículos em agosto (10h)
Canadá: BoC divulga decisão de política monetária (11h)
EUA: Dpto. do Trabalho: Relatório Jolts de emprego de julho (11h)
Fux (STF) se pronunciará na abertura da sessão desta 4ªF, às 14h.
BC: Fluxo cambial semanal (14h30)
EUA: Fed divulga Livro Bege (15h)
EUA/Fed: Crédito ao Consumidor em julho (16h)
Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de evento do Credit Suisse (17h30)
EUA/API: estoques de petróleo da semana até 03/09 (17h30)
China/NBS: CPI e PPI de agosto (22h30)

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