Finanças

Morning Call: a semana começa de bom humor para as bolsas globais

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje, os destaques de ontem e uma breve análise do índice Bovespa.

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Destaques (José Falcão Castro):

Nos EUA, os títulos do tesouro americano de dez anos (Note-10), podem continuar a trazer volatilidade nas bolsas em Nova York e incertezas para os países emergentes. Além disso, a Câmara americana aprovou no sábado o pacote de US$ 1,9 trilhão para combater a pandemia, agora segue para o Senado;

Basicamente, com o forte fluxo de recursos destinados ao combate aos efeitos da COVID na economia (pacote fiscal americano), há uma abertura da taxa de juros precificando futuro risco inflacionário. Com isso, pode haver mudanças de fluxo da bolsa americana e de países emergentes (ativos de risco), para títulos do tesouro americano, trazendo alguma volatilidade e pressão no câmbio;

Porém, neste início do dia, os índices futuros operam em alta forte em NY; Dow Jones sobe 1,05%, S&P 500 (+1,18%) e Nasdaq (+1,61%); yield do T-note de 10 anos cai a 1,434%, de 1,456%; Commodities avançam: petróleo tipo Brent para maio ganha 1,21% (US$ 65,20); Ouro para abril valoriza 0,84%, cotado a US 1.743,35 a onça-troy; porém, minério de ferro cai 0,70% em Qingdao, para US$ 174,55;

As bolsas europeias seguem o tom asiático e operam em alta consistente, Os PMIs regionais ficaram além das  expectativas; a Bolsa de Frankfurt valorizava 1,12%, Londres (+1,52%) e Paris (+1,48%). Na Alemanha, o PMI industrial subiu a 60,7 em fevereiro, pouco acima das expectativas e na zona do euro, o PMI da indústria subiu a 57,9 em fevereiro, também acima das previsões;

Aqui no Brasil, a escalada do dólar faz o BC mais agressivo nas atuações e eleva a chance de uma alta mais forte da Selic em março. Em paralelo, os fatores internos de pressão se acumulam, com o quadro crítico da pandemia projetando o colapso em várias capitais do País, além das dúvidas sobre a política econômica, que persistem, e dos riscos fiscais ampliados com novo auxílio emergencial em debate.

Cenário global e bolsa brasileira na semana passada (Eduardo Perez):

Com queda semanal de 7,09%, o Índice Bovespa fecha o último dia de pregão com queda de 1,98% aos 110.035,17 pontos. A semana atípica fica marcada por divulgações de bons resultados de empresas porém estatais puxando o índice para baixo logo na segunda feira, após o anúncio do presidente Bolsonaro na sexta anterior da indicação de um general para a substituição do presidente da Petrobrás, Castello Branco. Após o primeiro dia em queda, tivemos uma semana marcada por declarações do Bolsonaro de que iria mexer no setor de energia elétrica e de que, no mesmo dia da divulgação dos resultados da Petrobrás, de que estatais deveriam se preocupar com a questão social e paralelamente, vimos a entrega de PECs de privatização da Eletrobrás e Correios e a fala de que o governo não iria interferir na política de preços da Petrobrás.

Hoje, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) tiveram forte queda de 4,92% após fontes do O Globo informarem que o presidente André Brandão teria deixado claro que seu cargo fica à disposição do Presidente Bolsonaro. André Brandão, que no começo do ano tinha anunciado um plano de reestruturação do BB que contaria com o fechamento de agências e plano de demissão voluntária, não agradou nem um pouco o Bolsonaro na época mas seguiu firme no cargo por influência do ministro da Economia Paulo Guedes. Com toda essa pressão em cima de grandes empresas com participação do governo, tivemos empresas divulgando bons resultados do 4º trimestre de 2020 mas fechando a semana em queda no embalo do Ibov.

Na divulgação da PNAD Contínua, a taxa de desemprego no 4º trimestre de 2020 ficou em 13,9%, 0,7pp abaixo do trimestre anterior do mesmo ano mas 3 pp acima do mesmo trimestre de 2019.A divulgação ocorre um dia após o presidente Bolsonaro ter informado através de uma Live que o auxílio emergencial será retomado com 4 parcelas de R$ 250 a partir de março.

No cenário internacional, as bolsas globais operavam em queda hoje com a cautela da subida da taxa dos Treasuries de 10 anos do governo americano, que atingiu 1,5%, resultado da expectativa de aumento da inflação decorrente da aprovação do pacote de estímulo de R$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden. Duas declarações de integrantes do FED chamam a atenção, a do James Bullard, um dos presidentes distritais do FED, de que a alta nas taxas é apropriada diante dessa projeção de crescimento econômico; e a fala do chefe regional do FED do Kansas, Esther George, que o avanço dos juros de longo prazo não demanda uma resposta de política monetária.

Indicadores
Brasil:
Boletim Focus (8h25)
PMI Industrial Markit (fevereiro) (10h)
IPC-S (fevereiro) (8h) – avança a 0,54% em fevereiro, de 0,27% em janeiro; expectativa era de +0,40%, em 12 meses, IPC-S acumula alta de 5,42%
Balança comercial (15h)
Balanços de Petro Rio, Copasa e Pague Menos (após o fechamento)
EUA:
PMI industrial (fevereiro) (11h45)
ISM: índice de atividade industrial (fevereiro) (12h)
Deptº do Comércio: investimentos em construção (janeiro) (12h)
Europa:
Alemanha: discurso de Christine Lagarde (BCE) (13h10)
Alemanha: prévia da inflação (fevereiro) (10h) 

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico. 

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