Finanças
Morning Call: alta dos títulos do Tesouro americano continua pressionando bolsa
Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.
Cenário global e bolsa de valores
Nesta quarta-feira, os rendimentos dos Treasuries (títulos do tesouro americano) subiam em antecipação a um Federal Reserve mais duro com a inflação. Com isso, os mercados podem sofrer volatilidade hoje, com impacto mais negativo sobre os emergentes. Após a decepção com os balanços do Goldman Sachs e do JPMorgan, BofA e Morgan Stanley divulgam seus resultados hoje, antes da abertura, mas o que está pegando NY é o Fed.
Os investidores começam a se posicionar mais fortemente para o aperto monetário que está chegando e deve ser pra valer. Os mercados agora apostam em ao menos quatro altas de juros pelo Fed este ano, com expectativas para a primeira antecipada para março. Esta é uma tendência global e na Alemanha, o rendimento do título de dez anos foi acima de 0% pela primeira vez desde maio de 2019. Já os preços do petróleo atingiram máxima desde 2014 em meio a uma interrupção num duto do Iraque para a Turquia e a tensões políticas globais, provocando temores de que a inflação possa se tornar mais persistente e elevando o dólar, que rondava máximas de uma semana.
As bolsas da Europa abriram em baixa puxadas pelos resultados da Ásia e Wall Street, mas, neste momento, operam de forma mista. Além disso, a inflação ao consumidor na Alemanha (+5,3%) e Reino Unido (+5,4%) na comparação anual repercutem de forma negativa nos negócios. Londres opera estável em +0,01%; Frankfurt, -0,12%, Paris, ganho de +0,59%; Madrid, +0,34% e o Stoxx 600, ganho de +0,13%. As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quarta-feira refletindo o dia ruim ontem nas bolsas dos EUA, que está pressionada pela perspectiva de aumento de juros americano. O Nikkei liderou as perdas na Ásia, com queda de -2,80% em Tóquio, a 27.467,23 pontos. Em Seul, o Kospi recuou -0,77%, a 2.842,28 pontos; Na China, o Xangai teve perda de -0,33% a 3.558,18 pontos. A única exceção foi o Hang Seng que, em Hong Kong, teve ganho marginal de +0,06%, a 24.127,85 pontos.
Cenário no Brasil
No Brasil, seguem as atenções com atos de servidores públicos. Na véspera, após manifestações por reajuste salarial, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, afirmou que uma greve por tempo indeterminado está no cardápio de ações caso não haja avanço nas negociações. Além disso, com a escalada dos juros dos Treasuries, do dólar e as quedas em Wall Street, já balançam a tentativa de recuperação dos ativos domésticos neste início de ano e se somam aos desafios do cenário político-eleitoral.
Ibovespa
As volatilidade ameaçam mais fortemente os negócios. Não se sabe até quando a bolsa doméstica conseguirá continuar dando demonstrações de resistência à tensão lá fora e aos problemas já conhecidos internamente no Brasil. Mas ontem ainda valeu o esforço e o Ibovespa (+0,28%) tratou de defender os 106 mil pontos pelo terceiro pregão consecutivo (106.667,66). O giro financeiro voltou ao normal (R$ 29,2 bilhões), no retorno do feriado dos EUA. A leve alta na terça-feira foi sustentada por ações de empresas de commodities e de bancos, resistindo à forte influência negativa de Wall Street em dia de alta dos títulos do governo dos Estados Unidos.
Indicadores e eventos |
EUA: Balanço de Bank of America, Morgan Stanley, UnitedHealth e Procter & Gamble, antes da abertura, e de United Airlines e Alcoa, após o fechamento do mercado |
Fipe: IPC da 2ª quadrissemana de janeiro (5h) |
França: Agência Internacional de Energia (AIE) divulga relatório mensal sobre mercados de petróleo (6h) |
FGV: IGP-M da 2ª prévia de janeiro (8h) |
EUA/Deptº do Comércio: Construções de moradias iniciadas em dezembro (10h30) |
Reino Unido: Presidente do BoE, Andrew Bailey, fala no Comitê do Tesouro (11h15) |
BC: Fluxo cambial semanal (14h30) |
EUA/API: estoques de petróleo da semana até 26/11 (18h30) |