Finanças
Morning Call: após falas do Fed na véspera, mercados buscam retomada nesta sexta
Mesmo após duras falas de integrantes do Fed ontem, as bolsas dos EUA e Europa recuperam parte das perdas.
Após um dia de leves quedas nas bolsas norte-americanas ontem após declarações de autoridades do Fed, parte do mercado manteve o tom negativo, como na Ásia, enquanto a Europa e os pré-mercados dos EUA hoje (18) já dão sinais de recuperação.
Os investidores na Ásia acompanharam a divulgação ontem (17) do índice de preços ao consumidor do Japão que registrou alta de 0,6% em outubro, acelerando o acumulado em 12 meses de 3% em setembro para 3,6% em outubro, levemente acima das projeções de um crescimento de 3,5%.
No encerramento do dia, o índice Nikkei teve queda de 0,11%, Hang Seng recuou 0,29%, Shanghai teve baixa de 0,58% enquanto o sul-coreano KOSPI foi a exceção com uma alta de 0,06%.
Na Europa as bolsas começam a operar no positivo mesmo após as declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que os juros devem ser elevados mesmo restringindo a atividade econômica europeia. Além disso, as vendas no varejo no Reino Unido cresceram 0,6% em outubro, o dobro do crescimento de 0,3% esperado pelo mercado desacelerando a queda anualizada das vendas de -6,8% para -6,1%.
No começo do dia o índice alemão DAX era negociado com uma alta de 1%, o FTSE avançava 0,83%, o CAC tinha ganhos de 1,08% e o Euro Stoxx subia 1,25%.
Após reação à falas de dirigentes do Fed, mercados começam a se recuperar nos EUA
Ontem (17) alguns integrantes do Fed fizeram discursos que impactaram o mercado ajudando o S&P 500 a encerrar o dia com a queda de 0,31%. Entre as declarações, o destaque fica para Bullard, que afirmou que os juros precisariam subir para uma faixa entre 5% e 5,25% no mínimo para que seja o suficiente para reduzir a inflação sem especificar sobre o ritmo da elevação para as próximas reuniões mas mostrou simulações onde a taxa terminal de juros pudesse variar de 5%, em cenários mais otimistas, a 7% em cenários mais pessimistas. Já as declarações de Neel Kashkari, do Fed de Minneapolis e de Philip Jefferson, reafirmaram a missão do BC norte-americano em conter a inflação.
Já Christopher Waller, do FOMC, apesar do mercado de trabalho continuar aquecido, já é possível ver alguns sinais de arrefecimento, que é vital para controlar o aumento dos custos de trabalho e consequentemente a inflação.
E após um dia de quedas ontem (17) os pré-mercados dos EUA têm ganhos com alta de 0,44% no Dow Jones, ganhos de 0,64% no S&P 500 e avanço de 0,82% no índice Nasdaq. Entre os indicadores do dia, o número de vendas de casas usadas nos EUA em outubro pode atualizar o mercado sobre os efeitos de juros mais altos.
PEC reduzida e carta de economistas
Após as quedas na bolsa pelas notícias do possível rumo da política fiscal do novo governo do presidente eleito Lula, uma parte do mercado espera que o Congresso consiga restringir a PEC da transição que pretende tirar cerca de R$ 175 bilhões do teto de gastos.
E um grupo de economistas composto por Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan publicaram uma carta aberta ao presidente Lula reforçando que a busca por responsabilidade social não precisa sacrificar a responsabilidade fiscal ressaltando que o teto de gastos não retira dinheiro da educação, saúde e cultura para pagar juros a banqueiros e que existe um caminho a ser percorrido para que a confiança do investidor no próximo governo não seja comprometida.
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