Finanças

Morning Call: após sete meses de altas, setembro derruba as bolsas globais

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

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Cenário global e bolsa de valores

Hoje no cenário externo, o banco central americano (Fed) permanece no foco, depois de o presidente da instituição, Jerome Powell, afirmar que resolver a “tensão” entre inflação alta e desemprego ainda elevado é a questão mais urgente no momento, um reconhecimento direto de que os dois principais objetivos do banco central norte-americano estão em possível conflito. Porém, vale destacar que por diversas vezes o Fed deixou claro que a prioridade é preservar empregos e recuperar o mercado de trabalho e que para isso toleraria um inflação acima de 2% ao ano por um tempo. Powell e Yellen vão falar aos parlamentares americanos, desta vez, na Câmara (11h), quando devem reforçar a sinalização do tapering para novembro e os apelos para a elevação do teto da dívida dos EUA. Na madrugada, a líder democrata do Senado, Chuck Schumer, disse que há acordo para evitar o desligamento das atividades do governo por falta de recursos.

As bolsas europeias continuam a se recuperar nesta quinta-feira, após uma forte correção na semana passada, porém não será suficiente para evitar a perda mensal do mês de setembro, em meio a preocupações sobre a desaceleração da economia global e a inflação mais alta, com destaque para os últimos acontecimento na China que vão desde a crise energética até o risco de colapso no mercado imobiliário com o caso da Evergrande. O índice pan-europeu STOXX 600 ganhava 0,16%, a 456 pontos. As ações de tecnologia que mais sofreram com as vendas do início da semana, lideravam os ganhos no dia, enquanto as mineradoras recuperavam-se de quedas acentuadas alimentadas por preocupações com a economia da China. Setores como o imobiliário, de saúde e alimentos e bebidas também subiam. O principal índice europeu de ações está a caminho de terminar setembro com perdas de 2,8%, após uma sequência de sete ganhos mensais consecutivos, com uma alta nos rendimentos dos títulos do governo afastando os investidores de setores de alto crescimento, como tecnologia, e elevando a busca por ações bancárias e energéticas, pois possuem maior previsibilidade de fluxo de caixa no curto prazo, ou seja, mais segurança. 

Futuros: Dow Jones (+ 0,53%), S&P 500 (+ 0,52%), Nasdaq (+ 0,45%); Petróleo: Brent a US $ 78,64 (-0,00%); WTI a US $ 75,01 (+ 0,24%); Ouro: + 0,42%, a US $ 1.730,10 a onça-troy na Comex; Treasuries: T-note de 10 anos a 1.51590 (de 1.51930) Bolsas na Europa AGORA: Londres (+ 0,35%) a 7.133,00; Frankfurt (+ 0,05%) a 15.372,88; Paris (+ 0,21%) a 6.574,29; Madrid ( + 0,19%) a 8.896,40.

Cenário no Brasil 

Aqui, o R​relatório Trimestral de Inflação abre o dia (8h), tendo como destaque principal como indicador sobre o hiato do produto, que explicariam as discrepâncias entre as projeções de informação do ​Banco Central​​ e do mercado. Campos Neto e Fabio Kanczuk comentam o RTI em coletiva (11h).​ ​No último relatório, de junho, a autoridade monetária só havia indicado a estimativa para a atividade neste ano, prevendo um crescimento econômico de 4,6%, o que poderá ser agora revisado.​ ​O mercado tem piorado seguidamente suas estimativas. A mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC mostra que para 2022 a perspectiva é de uma alta de 1,57% do PIB, ante avanço 2% visto há quatro semanas. Para 2021, a projeção é de crescimento de 5,04% do PIB, frente a 5,22% há quatro semanas. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, participa às 15h da cerimônia de apresentação do Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai.

Ibovespa 

​O Ibovespa devolve​u​ parte dos ganhos para o fechamento​ de ontem​. Mais cedo, ajudado por notícias como o superávit de R$ 16,7 bilhões do setor público consolidado e a geração de 372.265 empregos, chegou a tocar os 112 mil pontos​. Portanto, ​uma bateria de indicadores econômicos positivos no Brasil e no exterior fez o investidor tirar momentaneamente de foco temores com a escalada global dos preços de energia, além de receios com China e Estados Unidos, permitindo um respiro do Ibovespa uma dia após ter atingido a segunda pior marca em 2021. ​O IBOV avançou ​0,89%, a 111.106,83 pontos​, com volume financeiro​ de ​R$ 30,6 bi​lhões​.

Apesar do repique de alta nos últimos dias, o IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos, por último os 115 mil pontos e segue se afastando abaixo da média móvel curta (21 períodos).

​Indicadores econômicos e eventos
​BC publica Relatório Trimestral de Inflação (8h)
IBGE / Pnad Contínua: Taxa de desemprego do trimestre até julho (9h)
EUA / Deptº do Comércio: 3ª estimativa do PIB do 2TRI (9h30)
EUA / Dpto Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego da semana até 25/09 (9h30)
EUA / ISM / Chicago: PMI de setembro (10h45)
Presidente do BC, Roberto Campos Neto, e diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, participam de coletiva do RTI (11h)
EUA: Secretária do Tesouro, Janet Yellen, e presidente do Fed, Jerome Powell, testemunham antes do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara (11h)
Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) (15h)
México: BC divulga decisão de política monetária (15h)
Colômbia: BC divulga decisão de política monetária (15h)

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