Morning Call: as bolsas globais seguem no topo, mas o Ibovespa fica para trás

Cenário global e bolsa de valores

Tanto as ações negociadas na Europa quanto nos Estados Unidos atingiram máximas recordes esta semana, apoiadas por expectativas de balanços mais fortes e dados econômicos melhores, mesmo com as bolsas asiáticas sendo limitadas por preocupações sobre o regulamento chinês e a variante Delta do coronavírus. Nos EUA, 88% das companhias com papéis no índice S&P 500 registraram resultados melhores do que o esperado pelos analistas de mercado. As ações da gigante de entretenimento Walt Disney disparam 5,42% no pré-mercado da Nyse, após ter divulgado lucro líquido de US 918 milhões. Enquanto isso, as especulações de que o Federal Reserve poderia em breve começar a reduzir suas compras de títulos perderam alguma força após dados moderados sobre a alta dos preços ao consumidor dos EUA divulgado nesta semana, ou seja, o mercado avalia que a inflação esteja próximo do seu pico e não deve avançar muito além do nível atual. 

As bolsas europeias atingiram novas máximas nesta sexta-feira e se continuarem nesta direção vão completar quatro semanas consecutivas de alta. Um dos motivos deste ambiente mais otimista é a forte temporada de balanços corporativos e que traz um sentimento positivo em relação à recuperação da crise econômica causada pela pandemia. O índice pan-europeu STOXX 600 subia 0,2%, a 476 pontos, atingindo uma máxima recorde pelo décimo pregão consecutivo, esta sequência de altas não acontecia desde dezembro de 2006. 

Ásia: bolsa de Xangai fechou em queda de 0,24%, aos 3.516,30 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei caiu 0,14%, para 27.977,15 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng recuou 0,48%, aos 26.391,62 pontos; em Seul, Kospi desvalorizou 1,16%, para 3.171,29 pontos; Europa: índice Stoxx 600 sobe 0,22%, para 475,90 pontos; Bolsa de Frankfurt em alta de 0,51%, Londres + 0,29%, Paris + 0,39% e Madri +0,26 %; NY / Pré-Mercado: futuro do Dow Jones sobe 0,15%, do S&P 500 + 0,07% e do Nasdaq + 0,03%; Petróleo com leve oscilação: Brent para outubro cai 0,03%, cotado a US$ 71,30 o barril;  Ouro para dezembro sobe 0,47%, para US$ 1.759,95 a onça-troy.

Cenário no Brasil

O IBC-Br de junho hoje sinaliza o PIB do segundo trimestre e vale destacar as revisões das expectativas mais otimistas para o crescimento, apesar do cenário de inflação persistente, risco fiscal e turbulência política e institucional, que por outro lado, está sendo precificado fortemente na curva de juros. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, volta a falar hoje. Campos Neto participa entre 8h30 e 12h30 do 4ª Encontro Folha Business, em Vitória, depois de afirmar na véspera que o BC fará o que for preciso para ancorar as expectativas de inflação. O dia ainda tem balanços de Cosan, Cemig, Cogna, Embraer e CVC. As incertezas políticas e fiscais ainda pesam, com o adiamento da votação da reforma do IR pela Câmara para terça-feira.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em queda na quinta-feira, no menor nível dos últimos três meses, com as ações da Ultrapar despencando mais de 12% após o resultado trimestral decepcionar, em um pregão marcado por uma bateria de balanços corporativos. O índice da bolsa brasileira caiu 1,11%, a 120.700,98 pontos, com volume financeiro de R$ 33 bilhões, acima da média. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O investidor estrangeiro retirou R$ 588,76 milhões da B3 em 11 de agosto, quarta-feira, porém entrou com R$ 1,6 bilhão no acumulado de agosto; no ano, o saldo é positivo em R$ 41,35 bilhões.