Finanças
Morning Call: exterior amanhece em campo negativo; posse de Mercadante no BNDES
A agenda de resultados do quarto trimestre avança no Brasil e no exterior, a semana inicia no negativo. As ações asiáticas fecharam em forte queda, os índices futuros americanos operavam no campo negativo nesta manhã, assim como as ações das principais economias europeias.
Resumo da semana anterior
A semana passada foi marcada pelo ajuste de taxas de juros de algumas das principais economias do mundo. Na Europa e no Reino Unido, a elevação dos juros foi de 0,50 pontos percentuais (p.p), para 3,5% e 4% respectivamente.
Nos EUA, o Fomc reduziu o ritmo de alta dos juros para 0,25 p.p, elevando a taxa básica para um intervalo entre 4,50% e 4,75% e dando indícios que o ciclo deve terminar em 5,25%, com mais duas altas, nas reuniões de março e maio. Também foram divulgados dados do payroll americano que surpreenderam o mercado, a geração de 517 mil vagas em janeiro foi o dobro do esperado (188 mil vagas), os salários aumentaram 4,4% e a taxa de desemprego caiu para 3,4%, a menor desde 1969.
No Brasil, o Copom manteve nossa taxa Selic em 13,75% a.a conforme o esperado. Contudo, isso gerou uma série de ataques do governo à independência do Banco Central ao nível atual de juros adotado para contenção da inflação. Somado a isso, o medo de juros mais altos nos EUA após os fortes dados de geração de emprego, resultaram em uma disparada do dólar e dos DIs futuros e também uma queda acentuada do Ibovespa.
O dólar encerrou a semana em alta de 0,64%, aos R$ 5,14, após alcançar a mínima do ano em R$ 4,94 na quinta (02). A taxa pré de dois anos teve forte alta de 0,50 p.p na semana, para 13,3%. Tanto os vencimentos longos de DI Futuro quanto os curtos encerraram a sexta (3) com uma alta generalizada maior que 1%.
O nosso principal índice acionário despencou 3,38% na semana, sendo os setores de materiais básicos (IMAT), consumo (ICON) e utilities (UTIL) os maiores detratores de rentabilidade, com respectiva baixas de 2,90%, 2,89% e 2,83%.
Semana inicia negativa nas principais bolsas mundiais
As ações de Hong Kong fecharam na mínima de um mês e as da China caíram nesta segunda-feira (6), uma vez que as tensões geopolíticas se elevaram após um suposto balão de espionagem chinês ter sido derrubado no sábado (4) por um caça militar, depois de ter entrado no espaço aéreo norte americano.
O mercado também acompanhou a queda de outras ações asiáticas, depois que o último relatório de empregos nos Estados Unidos renovou as preocupações sobre mais aumentos de juros pelo Fed.
O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com queda de 1,32%, enquanto o índice de Xangai caiu 0,76%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, encerrou o dia em queda de 2,02%.
Na Europa, o mercado acompanha o clima negativo do exterior no início desta manhã com o DAX operando em -1,08%, o FTSE em queda 0,92%, o CAC em baixa de 1,51% e o Euro Stoxx registrava queda de 1,05%.
Nos EUA, os três principais índices futuros também amanheceram em baixa. O S&P 500 em -0,83%, o Nasdaq em -1,12%, enquanto o Dow Jones operava em -0,64%. A taxa da treasury de 10 anos, principal referência de taxa livre de risco global, avançava 2,15% nesta manhã.
Agenda de resultados corporativos avança no Brasil
No último pregão da semana (3), com volume financeiro de R$ 24,9 bilhões, o Ibovespa desacelerou 1,47%, aos 108.523 pontos. Na ponta oposta, o dólar disparou 1,98% frente ao real, aos R$ 5,14, maior alta diária desde 10 de novembro (+4,1%).
No cenário político, a posse do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, está marcada para hoje (6) às 10h00 (horário de Brasília) na sede do banco no Rio de Janeiro e contará com a presença do presidente Luiz Inácio.
Já no cenário corporativo, após resultados fracos do Santander (SANB11) na semana passada, esta semana é a vez de Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e das demais companhias listadas abaixo divulgarem seus resultados do último trimestre do ano passado:
Agenda econômica da semana
A agenda econômica da semana ganha volume na quinta-feira (9), onde serão divulgados dados da inflação do Brasil, pedidos iniciais de seguros-desemprego nos EUA e dados do CPI e PPI da China.
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